Ao todo, 81 cidades de Mato Grosso haviam registrado interesse em aderir à proposta, sendo que estes municípios apresentaram uma demanda de 223 médicos. No entanto, apenas Cuiabá, Várzea Grande e Comodoro foram contempladas pelo Programa.
Ainda segundo o relatório do Ministério da Saúde, Mato Grosso foi o segundo estado com menor número de inscritos, ficando atrás apenas de Amapá, que contabilizou a inscrições de apenas quatro profissionais.
A presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Dalva das Neves ressalta que mesmo com bons salários, o “Mais Médicos” não atraiu muitos profissionais por conta das condições de infraestrutura de trabalho.
Dalva pontua ainda, que o País não precisa de mais profissionais, mais sim de uma melhor distribuição dos que atuam e alerta ainda, para a necessidade de investimentos na saúde pública.
“Um salário de R$ 10 mil não resolve as demandas da saúde pública. É necessário investimento na área e condições de trabalho para aqueles que estão em regiões mais distantes”, defendeu Dalva.
O cenário de baixa adesão ao “Mais Médicos” é o mesmo em todo o país. Mesmo o programa disponibilizando mais de 15 mil vagas em 3.511 cidades brasileiras, apenas 938 foram preenchidas, até o momento.
Este número atende a demanda de apenas 404 municípios do país, o que corresponde a 6% do total.
Estrangeiros
Diante da baixa adesão, a atenção agora se volta para os profissionais estrangeiros, que conforme prevê o programa, seriam “acionados” se os brasileiros não preenchessem as vagas. Até o momento, 1.900 estrangeiros demonstraram interesse em participar do programa, sendo que eles têm amanhã para confirmar a inscrição.
Balanço
Segundo o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, quase 52% dos brasileiros inscritos vão trabalhar nas periferias de capitais e regiões metropolitanas e 48% em cidades do interior.
A região Nordeste é a que vai receber o maior número de médicos. A maioria, homens. E quase a metade se formou nos últimos dois anos.