Variedades

Aos 51 anos, Luiza Brunet assume que tem atitudes masculinas de vez em quando

 
Canal — Foi uma surpresa vê-la em “Correio feminino”, já que desde “Anjo mau (1997)”, você não atuava. O que a fez acabar com o jejum?
 
Fiquei muito feliz com o convite do Luiz Fernando Carvalho (diretor), que já me disse, sem revelar o que é, que vamos trabalhar juntos outra vez. E achei que era o momento para me desafiar. Tanto que disse a ele: “Vou me despir do esteriótipo da Luiza Brunet sensual e farei o que você quiser”. Por isso, quando vejo o “Correio” acho legal, porque é uma mulher de 50 anos de verdade, que tem um pouco de ruga, de pelanca, de papinho… Encarei sem temor, não tenho mais medo de críticas, que elas venham! (risos)
 
Foram elas que a afastaram da atuação? Afinal, você foi muito criticada na sua última novela.
 
Sem dúvida. Eu tinha 35 anos e fiquei superinsegura, não tinha maturidade para aguentar a crítica. Fiquei decepcionada comigo. Quando via “Anjo mau”, me achava muito ruim. Então, ia para o estúdio com medo, não decorava o texto direito, errava constantemente. Hoje, ao rever a novela no Viva, percebo que fui muito crítica comigo. Eu comecei a me detonar. Sei que poderia ter feito muito melhor se tivesse me preparado, porque tive a chance de trabalhar com excelentes atores e não soube aproveitar o momento.
 
E você se vê na mulher da série?
 
Sim, principalmente, com a questão de tentar manter a casa harmônica, saber fazer as coisas, de se preocupar com a família. Papel de mãe é esse mesmo, tem que cuidar e estar atenta. Gosto de ir para a cozinha, fazer o jantar e meu filho (Antônio, 16 anos) dizer que é a melhor comida que já comeu. É uma troca de afeto. A mesma coisa é com o casamento. Não é porque você casou que tem que perder o frescor. A gente fica preguiçoso, cai na cilada do ok, já casei e nem percebe. Eu caí e a maioria das mulheres caem, por isso há tanta separação por aí.
 
Há cinco anos, seu casamento de mais de duas décadas chegou ao fim. Como foi se ver só?
 
Passei a vida inteira casada. Casei com 16 anos (com o engenheiro Gumercindo Brunet), ficamos juntos por seis, e depois entrei logo em outro (com o empresário Armando Fernandez), que durou 24 anos. Fiquei três anos sem ninguém, me ocupando para não pensar em como cheguei nessa situação de desfazer um casamento que eu achava tão sólido. Eu que nasci para ser casada, para ter uma família, com marido, fiquei perdida. Mas o tempo se encarrega de organizar sua vida e, olhando para trás, sinto orgulho de mim. Tenho uma relação boa com Armando, a gente se fala pouco, mas não tem nenhum tipo de briga. Sou provedora da minha casa.
 
Há dois anos você está namorando. Para quem sempre foi casada, como é namorar aos 51 anos?
 
É namoro de ponte-aérea, já que Lírio (o empresário Lírio Parisotto) mora em São Paulo. E está ótimo! Estamos ajustando as coisas para que fiquem boas para os dois, porque não somos tão jovens e estamos carregados de experiência e de manias. De vez em quando sou meio mandona, tenho dificuldade de ser cuidada, adoraria me fingir de frágil, ser mais manhosa, sou dura às vezes. Ele observa e fala: “Deixa que eu faço, posso ajudar”. Mas estou aprendendo a ficar mais doce.
 
Essa sua força assusta?
 
Cem por cento. Os homens estão acostumados com mulher que depende deles. Quando uma fala: “Eu vou fazer”, se assustam. Então, fico atenta porque Lírio é um cara que vale a pena. Tomo cuidado para não tropeçar e cometer os mesmos erros do passado.
 
Fazer um aborto foi um desses erros, desses tropeços?
 
Fiquei grávida aos 17 anos, começando a carreira de modelo. Sabia que precisava prover minha família, que era muito humilde, e eu ajudava desde pequena. São decisões tomadas e que a gente não pode se arrepender, mesmo que seja um aborto. Não acho legal, têm milhões de formas de evitar filhos, mas naquela época existia um tabu, não tinha diálogo aberto com minha mãe, menos ainda com meu ex-marido. Foi uma decisão pensada e decidida por mim só.
 
Mesmo depois de ter Yasmim e Antonio nunca se sentiu arrependida?
 
Tem certos momentos em que você pensa: “Poxa, se tivesse tido aquele filho, ele teria agora tantos anos. Como é que seria?”. É uma cicatriz incurável, uma tristeza para o resto da vida.
 
Sua biografia “Luiza made in Brasil” (escrita por Laura Malin) será lançada em dezembro. Como é ver a vida passada a limpo?
 
Superlegal. O que me motivou a fazer é por ter percebido que minha vida causa um certo interesse nas pessoas. Então, quis compartilhar um pouco mais da minha intimidade. Tem momentos bons, outros não, convivência com a família, a vinda do interior para cá, os tropeços. Colocar cronologicamente é uma forma de dizer que o que a gente faz vale a pena.
 
O que você mais deseja para os próximos 50 anos?
 
Estou louca para ser avó. Yasmin está casada há oito anos! É o caminho natural: filhos, netos e bisnetos. São amores transformados. Entender esse sentimento e vivenciá-lo é muito bom.
 
 
Extra 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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