Com as incertezas políticas no Brasil e a guerra comercial iniciada por Donald Trump, analistas começam a mudar suas projeções para a economia brasileira, prevendo um crescimento menor do que se esperava. A expectativa de uma alta de 3% no PIB deste ano, aos poucos, tem ficado para trás, especialmente após a divulgação dos indicadores econômicos de janeiro e fevereiro, que sinalizaram uma recuperação mais modesta do que a prevista pelos economistas no fim de 2017.
A MB Associados, por exemplo, que chegou a estimar alta do PIB de 3,5% este ano, admite que o crescimento pode ficar mais próximo de 3%. O economista-chefe da consultoria, Sergio Vale, observa que o cenário eleitoral é um risco para essa expansão. “Há uma plêiade de candidatos com ideias esdrúxulas sobre economia e com pouca força política para manter as reformas. Isso afetará as expectativas de 2019 e pode afetar as do fim deste ano a depender do resultado da eleição.”
O economista Silvio Campos Neto, da consultoria Tendências, também acredita que a perspectiva de não continuidade das reformas amplia as incertezas. “A Bolsa e o câmbio já refletem o risco que se ampliou em 2018. Três meses atrás, o cenário era mais confortável”, diz ele, que projeta um crescimento de 2,8% para o PIB. Em 2017, a economia avançou 1%, depois de duas quedas consecutivas de 3,5% em 2015 e 2016, que levaram o País à recessão.
No fim do ano passado, o cenário que se desenhava – com os mercados internacionais em alta e indicadores econômicos acima das expectativas – favoreceu as projeções mais otimistas para este ano. Mas nos últimos meses, esse cenário começou a se enfraquecer. O mercado externo ficou mais volátil e a possível guerra comercial entre Donald Trump e a China azedou o bom humor internacional. Ao mesmo tempo, os indicadores internos de atividade vieram mais fracos nos primeiros meses do ano. A indústria, por exemplo, caiu 2,2% em janeiro e cresceu apenas 0,2% em fevereiro.
Ministro da Fazenda, Eduardo Guardia diz que não pretende revisar a projeção de crescimento do PIB neste ano, atualmente em 3%. “Mas se entendermos necessária uma revisão, a faremos. Não tem nenhum problema nisso”.
Leia a matéria completa clicando aqui.