A estimativa é da Associação Mato-grossense do Algodão (Ampa). Segundo a entidade, que se baseia em consultas realizadas com seus associados, a área de plantio deve chegar a 617 mil ha na safra 2013-14. Desse total, 439 mil ha pertencem à segunda safra, que sucedeu as lavouras de soja. No total, a expectativa é de que 925 mil toneladas da pluma devem ser colhidas nas propriedades mato-grossenses.
Milton Garbugio, presidente da Ampa, afirma que a maioria dos produtores está otimista tanto em relação à produtividade quanto à qualidade da fibra que será colhida, mas chama a atenção para eventuais pragas que acometem a cotonicultura, dizendo que apesar da presença constante de Helicoverpa SSP (incluindo a vilã Helicoverpa armigera), o problema maior tem sido outra lagarta: “De modo geral, podemos dizer que os produtores estão otimistas quanto à qualidade da fibra, produção e produtividade para esta safra. Mas o agricultor deve ficar atento a pragas, como a lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)”.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que Mato Grosso continua sendo o maior produtor de algodão do país. Segundo o 8º Levantamento de Safra do órgão, realizado em maio de 2014, o Estado, sozinho, deve responder por 56% de toda a produção nacional, que deverá ser de 1,65 milhão de toneladas.
Dentre os principais produtos derivados da matéria-prima, a pluma é o carro-chefe, empregada sobretudo na indústria têxtil. Entretanto, com apenas quatro plantas industriais espalhadas pelo Estado (uma em Campo Verde e Cuiabá e duas em Rondonópolis), o destino do bem se divide entre o mercado interno e o externo, cada um com 50% da comercialização.
Fora do Brasil, os principais compradores do algodão são os países asiáticos, como Coreia do Sul, Indonésia, Paquistão e China.
Apesar de mostrar confiança nos números da cotonicultura mato-grossense, Garbugio também se diz preocupado com os custos da produção e a queda nas cotações do mercado internacional.
“Nossa preocupação está focada na falta de infraestrutura logística de escoamento da safra e acesso a portos, bem como na queda nas cotações do mercado internacional, em especial a desaceleração chinesa”, avalia.