Cidades

Ambientalista denuncia exploração ilegal de madeira em Chapada; veja fotos

Uma proprietária de uma fazenda, localizada em Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá), denunciou um caso de exploração ilegal de madeiras ao Conselho de Meio Ambiente do município. A Polícia Militar Ambiental foi acionada e atendeu a ocorrência, nesta quarta-feira (25), e encontrou diversas lascas de madeiras, incluindo angico, garapeira, aroeira e guatambu.

A exploração estaria ocorrendo há mais de um ano dentro da fazenda, que fica localizada numa área de preservação permanente (APP), na estrada que dá acesso a Cachoeira do Marimbondo. Segundo a proprietária, que pediu para não ser identificada, a terra tinha sido arrendado para um terceiro plantar batatas.

Após o inquilino não pagar os aluguéis, ela pediu a rescisão do contrato de arrendamento, mas segundo ela, o inquilino resolveu ‘aproveitar’ os últimos dias na propriedade para retirar e vender as madeiras.  

Ela afirma que só descobriu a exploração por que pediu ao esposo, que também é um dos proprietários, ir ao local verificar a situação do imóvel. Ao chegar à fazenda, o proprietário escutou barulho de motosserras na mata e chamou a polícia.

Segundo o Sargento Ademilson da PM Ambiental, que atendeu a ocorrência, a retirada da madeira poderia ser feita, desde que fosse para benfeitoria na propriedade. Porém, como se trata de uma APP, deveria ter pedido autorização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o que não foi feito.

A proprietária, por sua vez, explica que não autorizou a retirada de madeiras, pois são ambientalistas e indigenistas.  “Eu estou indignada, se a árvore passar de um metro eu já não deixo cortar. Fomos fazer uma incursão no meio do mato e encontramos um monte de madeiras. Chapada dos Guimarães está abandonada nesse sentido”, disse.

O presidente do Conselho, Mario de Castro, disse que a exploração estaria ocorrendo há mais de um ano. Segundo Castro, após o Conselho receber a denúncia, outras pessoas ligaram, informando que a exploração estava ocorrendo em outros lugares, em áreas de preservação.  Ele ainda afirma que está recebendo ameaças de morte.

“O Conselho vem recebendo denúncias de outros locais também, dizem que já saiu caminhões de madeiras. Esses dias me perguntaram se eu não tenho medo de tomar uma bala na cara, mas trabalhar com a questão ambiental é mais ou menos isso, essa é a realidade”, disse Mario de Castro, com exlusividade ao Circuito Mato Grosso.

Ainda segundo Mario, não existe um chefe para a Área de Preservação Ambiental (APA) de Chapada dos Guimarães desde o mês de outubro do ano passado. “E mesmo quando tinha não era atuante, não trabalhava. As áreas da APA estão sendo totalmente destruídas e todo mundo dizendo que chapada é o paraíso”, pontuou, reclamando ainda da inércia do Estado e Município em relaçaõ a proteçaõ ambiental de Chapada.

Durante a operação ninguém foi preso. O caso deverá ser investigado pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente da Polícia Judiciária Civil (PJC). 

Felipe Leonel

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