Economia

Alta do combustível entra em debate

A alta do combustível gerou dores de cabeças para muitos consumidores do estado, sejam transportadoras ou até usuários comuns. Embora muitos se sintam surpresos com o preço majorado além do considerado suportável para os bolsos, este reajuste já era algo esperado por economistas do país. No entanto, há uma afirmativa geral de que Mato Grosso é um dos estados mais prejudicados com a alteração do valor. 

Muitos fatores resultaram no aumento do combustível que atingiu diversos patamares da economia. Afinal, se sobe o preço dos combustíveis, sobe o preço do frete, o que, por consequência, aumenta os preços dos produtos transportados via rodovias. O diretor executivo do Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso), Nelson Soares Junior, avalia que, devido à redução brusca no caixa da Petrobras num passado recente, a estatal tinha que recuperar o valor ‘perdido’: “Ao longo dos últimos anos o Brasil vinha comprando produto no mercado internacional mais caro do que vendia aqui dentro, e isso gerou um desencaixe nas contas da Petrobras. No final do ano passado, houve uma redução muito forte no preço do produto no mercado internacional. O barril do petróleo caiu de US$ 110 para US$ 50. E aí o governo, depois das eleições, entendeu que deveria recuperar aquele dinheiro que a Petrobras havia perdido”.

No entanto, o governo estuda uma possível redução nos próximos meses. Com o retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), previsto para maio, o governo pode zerar o aumento do produto. “Existe uma promessa de que eles vão estudar novamente a redução do PIS e Cofins para a introdução da Cide novamente. Não se sabe se isso vai acontecer desta forma, como se vem dizendo. Pode ser que a redução do PIS e Cofins apenas compense a volta da Cide”.

Os aumentos no PIS/Cofins e Cide sobre os combustíveis foram anunciados logo no início deste ano pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo ele, o impacto é de R$ 0,22 para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel. O PIS e a Cofins foram repassados de imediato, mas o aumento da CIDE só terá validade a partir de maio. A expectativa do governo é arrecadar R$ 12,18 bilhões com esta medida em 2015 e a Petrobras manter sua estratégia para recomposição de caixa. 

Apesar de a alta espremer o dinheiro dos consumidores, o diretor-executivo do Sindipetróleo pontua que o mercado já esperava por este aumento e que era algo irreversível. “Não tinha como o governo continuar mantendo o nível de investimento que a Petrobras precisa, principalmente para continuar a exploração no Pré-Sal, com o caixa da estatal sendo deteriorado pela política de controle de preços”. 

Ele observa também que, atualmente, não é possível saber quais rumos a economia irá tomar daqui em diante, com os investimentos do governo federal. “O que a gente não tem ainda é uma perspectiva de médio e longo prazo, nós não sabemos o que pode acontecer com o preço do barril do petróleo e o que pode acontecer com o câmbio. Que são dois pontos principais deste mercado”.

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Noelisa Andreola

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