Mantega citou o tripé econômico que será mantido, baseado na política fiscal, com o aumento gradual do superávit primário, cuja meta será de 2 a 2,5% do PIB; política monetária com a autonomia operacional do Banco Central, como já é atualmente, e política de câmbio flutuante.O ministro citou ainda a reforma tributária do ICMS, PIS/Cofins, simplificações e desonerações na folha de pagamento, o Programa Reintegra para exportações, o Simples, para os micro e pequenos empresários, a manutenção da política industrial e incentivos à política agrícola com programas como o Plano Safra e o Moderfrota.
Mantega citou ainda que o governo continuará com programas de desenvolvimento como o PAC, o Minha Casa Minha Vida 3, Programa de Concessão de Infraestrutura que será ampliado e programas de educação como Fies e Ciência sem Fronteira.O ministro citou que a expansão se apoiará na competividade, na nova classe média, bem estar social, emprego e renda, investimento em infraestrutura, educação e inovação, no mercado interno e externo, no investimento estrangeiro e na produtividade.
Problemas
O ministro justificou os problemas na economia brasileira no 1º semestre de 2014 com a demora na recuperação da economia mundial e a turbulência causada pelo Fed (banco central dos EUA), forte seca no Brasil, pressão inflacionária, com custos de energia, alimentos e Copa, restrição de crédito com juros altos, menos dias úteis com feriados e Copa e problemas de confiança.
Mantega reconheceu que falta crédito para consumo.Ele é negativo, é abaixo da inflação, nunca vi um estreitamento tão grande para crédito de consumo, e é isso que dificulta. Quando você tem falta de crédito você não tem encomendas para a indústria.O ministro disse ainda que, apesar desses problemas conjunturais, o crédito já começou a voltar com a flexibilização do Banco Central, o que possibilita recuperação do mercado de consumo.
A seca tende a se dissipar, temos condição sólida da economia, as reservas estão mais elevadas que em 2008, o câmbio está relativamente estável, dívida externa pequena, bolsa subindo há vários meses, então a economia está mais sólida agora que em 2008. Então temos condições de retomada da economia. Estamos prontos para iniciarmos um novo ciclo de expansão da economia.
Autonomia do Banco Central
Ele fez críticas a promessas de candidatos à Presidência, que para ele seriam tratamento de choque, como a independência do Banco Central, que entraria em conflito com o regime de metas de inflação.Teria que acabar com o regime de metas. Um grupo de iluminados que não foi votado tem mais poder sem ter diálogo com o presidente e com as pessoas eleitas pela população. Acho isso um pouco complicado, afirmou.
O que mais me preocupa foi o que ouvi falar em desmame na política industrial, cortar o subsídio da indústria quando ela vai comprar equipamentos que são subsidiados, e a indústria seria submetida a mais concorrência dos estrangeiros, isso a meu ver seria trágico para a indústria, disse.
G1