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Advogado foi executado por denunciar desvio de dinheiro em sindicato, aponta delegado

A morte do advogado Antônio Padilha de Carvalho, em dezembro de 2019, foi encomendada devido uma denúncia feita pela vítima, que era advogada do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Cuiabá (Sintramm), apontando desvio de verbas por membros da diretoria.

A informação foi revelada nesta terça-feira (9) pelo delegado Marcelo Gomes de Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), após cumprir os quatro mandados que prenderam dois mandantes do crime, um intermediário e uma pessoa acusada de obstruir as investigações. As prisões são temporárias.

“A vítima era fundadora do sindicato e, junto a um grupo de funcionários descontentes, havia proposto uma ação para destituir a diretoria, após ser descoberto um esquema de desvio de dinheiro”, revelou o delegado.

Carvalho foi morto seis dias antes da audiência. “A morte intimidou, deixou as pessoas com medo. Tanto que destitiram da ação após a morte, a denúncia perdeu força”, apontou.

Os presos devem responder por homicídio qualificado e a audiência de custódia está prevista para esta quarta-feira (10).

A defesa de Adinaor Farias, ex-presidente do sindicato, disse que espera que a Justiça entenda pela soltura dele. Do contrário, entrará com pedido de habeas corpus. Disse que Adinaor é inocente, que sempre se colocou à disposição das investigações e que foi preso indevidamente.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos outros presos nem como o sindicato.

O crime aconteceu no dia 4 de dezembro de 2019. Carvalho e a esposa estavam de carro e pararam em um semáforo no cruzamento entre a Rua Benedito de Camargo com a Avenida Dante Martins de Oliveira, no Jardim Leblon, em Cuiabá.

Uma moto com dois ocupantes emparelhou com o veículo e um dos suspeitos disparou cinco vezes, acertando a vítima na cabeça, pescoço e tórax. A esposa foi atingida por estilhaços.

Ainda conforme o delegado, o crime de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, foi descartado desde o início das investigações, já que não havia nenhum objeto de valor no veículo e nada foi levado.

“Imagens, como foi revelado no começo das investigações, mostravam que Carvalho havia sido seguido desde casa até o local do crime”, disse.

A Operação Chapeiros contou com a participação de 30 policiais e equipes da Gerência de Operações Especiais (GOE).

Redação

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