A divisa dos Estados Unidos fechou com oscilação positiva de 0,09%, a R$ 2,2625 na venda, após recuar pela manhã a R$ 2,2482 na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão.
"O mercado tem sido muito pequeno e o investidor acaba tendo que operar no curto prazo. E não ajuda que hoje é começo de mês, que é tradicionalmente um momento mais parado", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Após o fechamento dos mercados na sexta-feira, o BC anunciou que daria início nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais, equivalentes a venda de dólares, que vencem em setembro, com a oferta de até 8 mil contratos. A oferta total foi arrematada em leilão nesta segunda-feira. Com isso, o BC rolou cerca de 4% do lote total, equivalente a US$ 10,070 bilhões.
Se mantiver esse ritmo de oferta até o fim do mês, o BC rolará cerca de 80% do lote de setembro, mais do que os 70% rolados no mês passado. Essa perspectiva ajudou o dólar a abrir em queda ante o real. "O anúncio do BC deu alguma tranquilidade para o mercado realizar lucros depois de toda a movimentação da semana passada (quando o dólar acumulou alta de 1,48%)", afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel. Desde março o BC tem rolado entre 50% e 80% dos vencimentos de swaps.
"O dólar deve voltar a cair um pouco agora. Talvez não volte aos R$ 2,20, mas pelo menos aquela pressão de alta perdeu força", acrescentou. O movimento de queda, contudo, não durou, uma vez que o baixo volume de negócios deixou as cotações mais vulneráveis a operações pontuais. Com isso, a moeda norte-americana passou praticamente toda a tarde oscilando perto do zero a zero.
Na sua atuação diária no câmbio, o BC vendeu a oferta integral de até 4 mil swaps, com volume equivalente a US$ 198,9 milhões. Todos os contratos vendidos vencem em 2 de fevereiro. Também foram ofertados swaps para 1º de junho, mas nenhum foi colocado.
Também ajudou a trazer alívio ao câmbio o ambiente global mais tranquilo, após uma semana de intensa pressão, que impulsionou a divisa dos EUA acima do teto informal de R$ 2,25. O mercado reagiu na semana passada a preocupações com a perspectiva de um eventual aumento de juros nos EUA, à crise geopolítica na Ucrânia e ao calote da Argentina.
"Do jeito que tem sido o noticiário, não termos notícia é uma notícia boa", afirmou o estrategista da corretora Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno. O dólar vinha oscilando entre R$ 2,20 e R$ 2,25 desde o início de abril, com breves exceções. Boa parte do mercado entende que esses níveis agradariam o BC por não prejudicarem a inflação ou as exportações. No exterior, o dólar também era negociado perto da estabilidade frente ao euro.
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