Imagine um deficiente visual lutando Muay Thai. Pois bem, Alex Paraná não só imaginou como fotografou. Esta será a nova exposição da Casa do Parque Parque. “Eu Escolho Vencer” promove a inclusão de pessoas com deficiência física, auditiva e visual no universo do Muay Thai (luta tailandesa). A mostra fotográfica, que começa nesta quinta (18/02) a partir das 19h, reúne 13 imagens de alunos que ousaram ir além de suas limitações. O projeto é de autoria do treinador Alex Paraná, proprietário de um centro de treinamento, a Thai Paraná; e o ensaio foi registrado pelas lentes da fotógrafa Gabriela Mattiello. A entrada para o evento é franca.
A exposição é o resultado de um encontro de três projetos distintos de ação social desenvolvido pela academia de luta do treinador. O “Olhos da Alma” foi projetado para incluir alunos cegos; o “Tai Libras” para surdos e o “Movimento Tai” para cadeirantes – este último foi necessário adaptar a academia para recebe-los. Juntos, eles formam um grande projeto que leva o nome da exposição.
“O nosso objetivo é conscientizar nacionalmente a acessibilidade destas pessoas nas academias e em todos os lugares. Chamar mais atenção para os que têm deficiência e que, para mim, não são deficientes. Porque tem alunos neste projeto, por exemplo, que a dedicação é inigualável. Então, basta você dar atenção e estar disposto a fazer a sua parte e eles vão estar dispostos a se dedicar”, relata.
Natural de Curitiba, Alex Paraná conta que entrou no universo do muay thai, há 20 anos, influenciado pelo avô. Como na época a luta ainda não estava em voga, ele acabou indo para a Tailândia se especializar no fundamento da arte marcial do muay thai. A partir daí, criou uma metodologia própria baseada na tailandesa e resolveu aplicar aqui no Brasil.
Já é a segunda vez que o treinador participa de uma exposição na Casa do Parque. Apresentada em meados do ano de 2014, a mostra “Muay Thai – arte da liberdade” reuniu uma seleção de fotos feita pelo irmão do Alex Paraná, o fotógrafo Leandro Paraná, durante a estadia de ambos na Tailândia. A idealizadora do projeto foi à empresária Flávia Salém, que, além de ser aluna da academia, propôs a exibição.
Mais de cinco alunos posaram para as fotos da exposição desta quinta. Alex Paraná observa que são “pessoas com deficiência que se superaram por meio da arte marcial e descobriram um novo estilo de vida e, assim, passaram a incorporar mais ações de qualidade de vida ”.
“Os alunos ficaram extremamente orgulhosos. Reconhecidos. É tudo o que eles querem. Eles sentem que estão sendo inseridos na sociedade, que se tornaram algo concreto de novo, que tem um peso. A exclusão já não acontece mais. Agora, eles estão sentindo que a inclusão aconteceu. E era isso mesmo o que eles precisavam. E por meio da arte marcial, está acontecendo este reconhecimento”, conta.
"Esta exposição vai despertar os cinco sentidos dos visitantes, que muitas vezes colocam tantos obstáculos para começarem um projeto e ao verem a superação destes alunos vão se inspirar. Este time do Alex é vencedor e a ideia desta exposição me emocionou desde o início." declara Flavia Salem idealizadora da Casa do Parque.
A noite de estreia conta com a trilha sonora de Xodó Castrillon, que preparou um repertório com muito deep house e deep lounge, que traz muita sonoridade com pouca voz para embalar uma mostra tão especial.