Fotos: Andréa Lobo
Mais do que nunca a frase “menos é mais” se fez presente. Apesar das cores e formas características do renomado artista João Sebastião, sua nova exposição nomeada “Água da Bica”, mostra a maturidade de sexagenário, com quatro décadas de arte na bagagem.
A referência do nome vem, segundo João, da pureza da água potável em suas nascentes, inserindo seus típicos elementos sempre presentes, como o caju e a onça pintada.
Peixes olhos, rios correntes em meio à cena, água que corre, água que para, misturas e sintonia. Depois de seis meses de produção intensa esse é o resultado. Quarenta telas, das quais 27 foram selecionadas para compor a “Água da Bica” e deixar A Casa do Parque ainda mais charmosa.
“Essa exposição é uma transição. Eu agora tenho 65 anos e quero trazer a pintura da maturidade” reflete o artista, contando em primeira mão essa exposição é a última do estilo e que pretende vir com coisa nova daqui a quatro anos. “Eu vou dar adeusinho para essa diversidade cultural e virei com coisa nova” disse ele, revelando que tem estudado novas formas e cores.
João disse estar muito tranquilo quanto ao seu atual legado e releva que tem estudado muito o cinza. “As pessoas se inspiram através da pintura e eu levo isso muito a sério, cinza é uma nova descoberta. Eu não paro, vivo isso, não tenho casa, eu vivo no estúdio” conta ele, dizendo que chega a passar dias sem ir ao quintal de sua casa, onde também funciona seu estúdio.
Desprendido, João conta que de seu trabalho – cerca de mil telas – ele só tem apenas uma em casa, de 1976. “Não fico com minhas pinturas, eu acho que tenho que passar para frente, não seguro os quadros”.
Apesar da robustez da carreira, João ainda se apresente com alma de menino e diz que “artista não envelhece” e que “vai trabalhar até a mão ficar trêmula”.
Os admiradores do artista e da arte podem conferir o resultado da imersão de João, até o dia 25 de abril na Casa do Parque.