Política

A omissão do governo brasileiro ainda é enorme, diz Aécio

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, protestou nesta quarta-feira (15) contra o relatório apresentado pela comissão de parlamentares governistas que visitou a Venezuela. Às criticas do parlamentar refere-se pelo fato do senador Roberto Requião e demais parlamentares terem considerado que a Venezuela vive dentro da normalidade política, embora oposição tenha encontrado políticos com direitos cassados e mais de 80 oposicionistas presos. O documento oficial é assinado também pelos senadores Lindberg Farias (PT-RJ), Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) e Telmário Mota (PDT-RO). 

Os senadores governistas foram à Venezuela uma semana após a missão de parlamentares brasileiros de a oposição ter sido impedida de cumprir uma agenda de trabalho no país e visitar os líderes políticos venezuelanos mantidos na prisão pelo regime de Nicolas Maduro. "O país do relatório do senador Requião, infelizmente para todos nós, não foi à Venezuela que visitamos há poucas semanas. Mas, quem sabe, se o governo brasileiro agir, pode vir a ser a Venezuela de um futuro próximo", disparou Neves, em pronunciamento no final da tarde, em Brasília.

O tucano comparou a ida dos deputados opositores com a visita da base governista e fez várias reclamações. “Até porque, um país que vive na normalidade democrática não pode garantir livre acesso apenas para uma missão parlamentar solidária ao governo circunstancial daquele país vedando o acesso de uma comissão que foi, ali, prestar solidariedade a presos políticos e à oposição. Isso não é uma normalidade que nós, por exemplo, gostaríamos que existisse no Brasil. O livre acesso, a oportunidade de exercer as suas ideias, de dizer o que pensa não pode ser prerrogativa apenas daqueles que apoiam o governo daquele país”, cravou. 

O líder do PSDB contou ter obtido a informação de que a deputada mais votada da Venezuela, agora ex-deputada Maria Corina, teve seus direitos políticos suspensos. “Por 12 meses de forma absolutamente injustificável. Ao mesmo tempo, continuam presos dezenas de cidadãos que queriam manifestar a sua oposição ao governo Maduro”, denuncia, pontuando a existência de alguns avanços. “Reconheço que alguns passos foram dados, e em cima desses passos é que devemos centrar nossos esforços. Acho que o governo brasileiro tem o dever de fazer mais do que vem fazendo até agora, porque, praticamente, nenhuma ação concreta executou. (…). Poderia sim, em um gesto de boa vontade, o governo brasileiro está usando da sua influência, das boas relações construídas, em parte com subsídios dados pelo governo brasileiro, inclusive pela própria Petrobras, utilizar para garantir que seja apressado esse processo de normalização das relações democráticas na Venezuela”, sugeriu de forma irônica. 

Para Neves “a omissão do governo brasileiro ainda é enorme e nós, querendo ou não, somos o país mais representativo do ponto de vista econômico e populacional e mesmo geográfico da nossa região”, considerou, avaliando de a economia do país exterior e a do Brasil. “E também, do ponto de vista econômico dizer, quem sabe daqui a algum tempo, que houve uma normalização e a Venezuela não tem mais uma inflação anual de mais de 100%, com o crescimento negativo da sua economia, como previsto para esse ano, em torno de 7%”, comparou Neves. 

Fonte: iG

Redação

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