Circuito Maçônico

A Maçonaria e a Guerra Civil Americana

Nos anos de 1861 e 1865 os Estados Unidos entraram em Guerra Civil, que terminou com a abolição da escravidão no país, devendo ser lembrado que, no dia 3 de janeiro de 1861, antes das batalhas começarem, o estado de Delaware vota contra a separação dos EUA entre estados escravistas e abolicionistas.

Aproximadamente nesse conflito 410.000 soldados foram internados em campos de prisão e se estima que cerca de 56.000 eram maçons. Nas Heredom Series, livros produzidos pela Scottish Rite Research Society, há histórias registadas que indicam como esses maçons eram fiéis aos ensinamentos e deveres maçônicos como combatentes militares. E quando estiverem diante de irmãos feridos e em sofrimento proporcionarem-lhes conforto e assistência em compaixão. 

Um das histórias envolveu dois maçons e generais opostos, John Gordon, do Exército Confederado, e Francis Barlow, do Exército da União. O general Gordon atravessava o sangrento campo de batalha, onde encontrou o general Barlow, que acabara de receber uma ferida supostamente mortal. O general Gordon teve tempo deu ao general Barlow um copo de água e perguntou-lhe o que poderia fazer por ele. O general Barlow pediu-lhe para escrever uma carta para a sua esposa, onde ditou as palavras da sua suposta iminente morte.

Ao receber a carta de despedida, a esposa do general Barlow viajou para buscar os seus restos mortais, mas ele não tinha morrido, pois tinha recebido os cuidados médicos e estava em recuperação. Anos depois, os generais John Gordon e Francis Barlow reencontraram-se em Washington, DC, ambos tendo presumido que o outro tinha morrido durante a guerra. A sua amizade, amor fraternal e o alívio continuaram até às suas mortes.

Outra história tem como personagem o tenente-coronel Homer Sprague, um 13º Connecticut Volunteer. Feito prisioneiro, durante uma longa marcha até a prisão, Sprague ficou tão exausto que caiu numa vala. Um oficial confederado permitiu que viajasse na ambulância pelo restante da jornada. Com alguma dificuldade, ele conseguiu entrar no veículo e soube que o motorista também era um irmão maçom.

Este irmão disse a Sprague, “Como Maçom, eu alimentar-te-ei até as últimas migalhas da minha comida, mas como um soldado eu vou lutar contigo até à última gota do meu sangue”. Sprague respondeu, “Eu não sei o que hei-de admirar mais, se a tua generosidade como Maçom, se a tua coragem como soldado”.

Os que não são maçons jamais irão entender os augustos mistérios da Arte Real, que proclamam a liberdade, igualdade e fraternidade, com respeito ao livre arbítrio, a tolerância, investigação da verdade e a luta pelas causas e ideais de justiça em determinado tempo e lugar, os quais consagrem a batalha contra qualquer regime totalitário e opressor da liberdades individuais.

Antonio Horácio da Silva Neto

About Author

Antonio Horácio da Silva Neto é juiz de direito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e presidente da Academia Mato-grossense de Magistrados. Colaborador especial do Circuito Mato Grosso desde 2015.

Deixar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Você também pode se interessar

Circuito Maçônico

Rudyard Kipling e a Maçonaria

Rudyard Kipling nasceu no dia 30 de dezembro de 1865, em Bombaim, Índia. Educado na Inglaterra retorna a Lahore, Índia