Circuito Maçônico

Rudyard Kipling e a Maçonaria

Rudyard Kipling nasceu no dia 30 de dezembro de 1865, em Bombaim, Índia. Educado na Inglaterra retorna a Lahore, Índia em 1880, tornando-se aos 17 anos subeditor do Jornal “The Civil e Military Gazette”. Em 1907 foi o primeiro escritor britânico a receber o Prémio Nobel da Literatura com prêmio a sua prolífica obra.

A sua iniciação se deu em 5 de abril de 1886 na Loja Hope and Perseverance (Esperança e Perseverança) n.º 782 da cidade de Lahore, Ìndia. Ele tinha 20 anos de idade e recebeu uma dispense especial do Grão-Mestre Distrital, por atingido a maioridade legal que era de 21 anos. No simbolismo chegou a companheiro em 3 de Maio de 1886 e a Mestre a 6 de dezembro de 1886, portanto, antes de completar os 21 anos de idade exigidos para a iniciação.

Quando foi residir Allahabad no ano de 1888, transferiu-se para a Loja Independence and Philanthropy (Independência e Filantropia). desta cidade. A sua produção literária é permeada dos ideais maçónicos, o que se pode verificar nos textos de If, The Mother Lodge, My new-cut Ashlar, The Palace, A Pilgrim’s Way, The Man Who Would Be King e The Widow at Windsor.

Abaixo segue o poema The Mother Lodge, traduzido para o português, onde Rudyard Kipling descreve seus irmãos e a crença na convivência respeitosa de todas as religiões e opiniões nas reuniões da sua oficina.

A Minha Loja-Mãe, por Por Rudyard Kipling

HAVIA Rundle, Chefe de Estação

E Beazeley, da ferrovia

E Ackman, do Comissariado

E Donkin, da Prisão

E Blake, Sargenteante

Que nosso Mestre por duas vezes sido havia

E o velho Framjee Edulgee

Da “Europa Secos e Molhados”

Lá fora: Sargento! Senhor! Sentido! Salaam!

Lá dentro: “Irmão!” e nisso nada havia de mal

Nos encontramos no nível e partimos no esquadro

Lá era o Segundo Diácono de minha Loja Mãe

Havia Bola Nath, Contador

E Saul, judeu de Aden

E Din Mohammed, desenhista

Do escritório de cartografia.

Havia Babu Chuckerbutty

E Amir Singh, o Sikh

E o Castro, da alfaiataria

Católico Romano!

Não tínhamos bons paramentos

Nossa Loja era velha e acabada

Mas conhecíamos os velhos Landmarks

E os mantínhamos na cabeça guardada

E olhando agora aqueles momentos

Um fato me aparece em destaque

Não havia algo como “infiel”

Senão, talvez, nós mesmos

Mês a mês, após o labor

Quando sentávamos para fumar

(e não fazíamos ágapes

para não excluir de nenhum irmão a fé)

Falávamos de um para o outro

Sobre Religião e o mais.

E cada homem falando

Do Deus que conhecia melhor

Avançava assim o converseiro

E nenhum irmão se exaltava

Até que a manhã, alumiando o terreiro

Os papagaios acordava

Bem como os malditos Cucos.

E voltávamos para a casa, para a cama

Com Maomé, Deus e Shiva

Passeando em nossas lembranças

Viajando sempre em serviços oficiais,

Esta sina que me investe,

Levava saudações fraternais

Às Lojas no Leste e no Oeste.

De Kohat a Cingapura

Mas queria poder vê-los

Em minha Loja-Mãe, uma vez mais!

Gostaria de vê-los novamente

Meus irmãos negros e mulatos

O agradável aroma dos cigarros

E o isqueiro de mão em mão

O caseiro da Loja já roncando

No chão da despensa.

Como Mestre regular

Em minha Loja-Mãe, uma vez mais

Lá fora: Sargento! Senhor! Sentido! Salaam!

Lá dentro: “Irmão!” e nisso nada havia de mal

Nos encontramos no nível e partimos no esquadro

Lá era o Segundo Diácono de minha Loja Mãe

Antonio Horácio da Silva Neto é juiz de direito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, presidente da Academia Mato-grossense de Magistrado e membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso. Colabora com o Circuito Mato Grosso desde 2015.

Antonio Horácio da Silva Neto

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Antonio Horácio da Silva Neto é juiz de direito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e presidente da Academia Mato-grossense de Magistrados. Colaborador especial do Circuito Mato Grosso desde 2015.

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