Em 2017, as etapas de vacinação contra febre a aftosa terão mudanças em Mato Grosso. Na primeira, que compreende o período de 1º a 31 de maio, será obrigatória a imunização de todos os bovinos e bubalinos de todas as idades, de mamando a caducando, com exceção para os animais de propriedades localizadas no baixo pantanal mato-grossense.
Já na segunda etapa, de 1º a 30 de novembro, a vacinação será obrigatória para bovinos e bubalinos de 0 a 24 meses de idade, exceto aqueles pertencentes à propriedades localizadas no Baixo Pantanal mato-grossense – nesta região a vacinação deve ser realizada em todas as idades no período de 1º de novembro a15 de dezembro de cada ano e revacinados quando forem movimentados para outras propriedades, se a data da última vacinação for superior a 6 meses.
A inversão das etapas era uma demanda antiga do setor pecuário, uma vez que no período de novembro, em que eram realizadas a vacinação de todos os bovinos e bubalinos, os produtores enfrentavam dificuldades no manejo do rebanho pelo aumento da incidência de chuva, e ainda por ser período de reprodução. A dificuldade no manejo também acarretavam em perdas econômicas para os produtores. O setor estima uma economia de R$ 120 milhões ao ano com a mudança.
Um protocolo instituindo a alteração do calendário de vacinação foi assinado entre o governador Pedro Taques e o ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, em agosto deste ano. A Portaria Conjunta nº 27/2016da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), foi publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, em 16 de agosto de 2016.
Sem aftosa há 20 anos
O estado está há 20 anos livre da doença com vacinação, status reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Mato Grosso tem o maior rebanho bovino comercial do Brasil, com 29,3 milhões de cabeças, e é também o segundo maior exportador de carne do país.
De acordo com o presidente do Indea, Guilherme Nolasco, a inversão das etapas não implica em prejuízo na cobertura vacinal do rebanho mato-grossense. “Uma intensa campanha de divulgação será realizada informando e massificando a mudança das etapas. Teremos como em todos os anos o amplo apoio do Fundo Emergencial de Saúde Animal (Fesa-MT) nessa atividade para que para que o Estado continue mantendo o status sanitário de livre da aftosa”, apontou Nolasco.
Em 2015, Mato Groso exportou 298 mil toneladas de carne bovina. União Europeia, Oriente Médio e a China são os maiores compradores da carne mato-grossense. O estado deverá ser o responsável por 25% das exportações de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos, mercado aberto neste ano após negociações bilaterais.
Fonte: Sedec-MT