O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, apresentou sua renúncia formal ao presidente Sergio Matarella nesta quarta-feira (7), depois de sofrer uma derrota em um referendo sobre reforma constitucional no domingo passado.
A informação foi dada pelo secretário geral da República italiana, Ugo Zampetti, em uma breve mensagem aos meios de comunicação.
Mais cedo, Renzi havia publicado em seu perfil no Twitter um bilhete escrito à mão com a mensagem "Tchau a todos e obrigado".
Bilhete escrito à mão com a mensagem 'Tchau a todos e obrigado' publicada nesta quarta no Twitter de Matteo Renzi (Foto: Reprodução/Twitter/Matteo Renzi)
Mattarella pediu que Renzi continue ajudando no processo de consultas aos partidos políticos para decidir os próximos passos, afirmou um comunicado do gabinete presidencial.
As consultas começarão nesta quinta-feira (8) e devem durar até a tarde de sábado.
A rodada de consultas vai determinar quem será o novo primeiro-ministro interino para o governo de transição, que deverá, principalmente, impulsionar uma nova lei eleitoral para convocar eleições gerais.
Enquanto isso, os partidos políticos desenham suas estratégias visando esta nova etapa, divididos entre os que preferem uma nova lei eleitoral antes das eleições e os que preferem que o pleito seja realizado o mais rápido possível e com a lei atual.
Promessa
Renzi havia prometido que renunciaria caso fosse derrotado no referendo sobre reformas constitucionais, que propunha o fim do sistema parlamentar e a redução do número de cadeiras no Senado – de 300 para 100. O objetivo era acelerar o processo legislativo e oferecer estabilidade política em um país que já teve 60 governos desde 1946, ano em que redigiu sua primeira Constituição como República.
Pouco depois de pesquisas de boca de urna indicarem uma vitória do “não” por até 10 pontos, ele fez um pronunciamento à nação, no qual disse que assume “toda a responsabilidade pela derrota”.
“Minha experiência como chefe de governo termina aqui”, afirmou, em um discurso no qual elogiou a democracia e disse que tentou “oferecer aos italianos uma mudança”. Ao dizer que havia feito tudo que podia, Renzi voltou a assumir a responsabilidade: "eu perdi, vocês não".
Fonte: G1