Muitos estudantes alimentam o sonho de estudar no exterior ao terminarem o ensino fundamental. E, diante do desejo dos filhos, milhares de dúvidas surgem na cabeça dos pais. Qual será o gasto total de um programa high school (ensino médio)? Quanto será necessário economizar? Será que o intercâmbio sairá mais barato do que as mensalidades da escola no Brasil?
De acordo com profissionais ouvidos pelo UOL, a resposta para a última pergunta parece ser um dos fatores de maior peso. Um levantamento feito pela VIA e MC Consultoria indica que os gastos no Brasil com escola particular, curso de idiomas, além de atividades extracurriculares podem ser superiores ao de um programa de high school em países como Canadá e Estados Unidos.
A explicação para isso é que a família não precisa bancar a mensalidade da escola, já que as aulas acontecem em instituições públicas. Além disso, as atividades estão inclusas nos programas dos colégios.
"Somando o que uma família gasta com o ensino médio em uma escola particular regular, que tenha mensalidade em média de R$ 2.800, curso de idiomas, atividades extracurriculares, esporte, transporte e alimentação de um estudante, chegamos a um valor aproximado de US$ 17.500 por ano (cerca de R$ 59 mil). Existem programas de intercâmbio para os Estados Unidos de dois semestres com tudo isso incluso por US$ 8.500 (cerca de R$ 29 mil)", explica Maria Cristina Buchala, diretora da VIA e MC Consultoria– vale ressaltar que os valores podem variar dependendo do país de destino.
Emília Miguel, gerente comercial da Experimento Intercâmbio, acrescenta que no caso de escolas bilíngues o valor mensal do intercâmbio é inferior à mensalidade das instituições no Brasil. "Escolas bilíngues têm, em média, mensalidade de mais de R$ 5 mil por mês. Alguns programas de high school ficam com anuidade de R$ 29.900 aproximadamente. O que representa um valor mensal de cerca de R$ 2.500."
Diferenças no currículo escolar
O ensino médio em países como o Canadá e Estados Unidos tem um formato diferente do brasileiro.
Maura Leão, presidente da Belta (Associação de Agências de Intercâmbio), explica que o diferencial está nas matérias eletivas. Ou seja, o aluno tem uma grade composta por disciplinas obrigatórias e optativas. Na prática, ele pode fazer aulas de música, teatro, marcenaria. Tudo dentro do currículo escolar.
"Além disso, pode ficar mais tempo na escola e fazer coisas extras: praticar esportes, ficar no clube. Então, quando você faz o investimento de mandar o filho para o exterior, o montante já inclui tudo isso", explica Leão.
O que levar em conta na hora da decisão
Além de estar atento aos gastos, a decisão de fazer o ensino médio no Brasil ou no exterior depende do tipo de experiência que o estudante deseja.
"O principal ganho não será acadêmico e sim o jeito que você vai passar a enxergar as relações pessoais. Você vai fazer amizades com estudantes de outros países –e isso você pode levar para o resto da sua vida", destaca Leão.
"É um crescimento. O estudante enfrentará situações que ele não enfrentaria aqui no Brasil, sob o olhar dos pais. Ele vai se deparar com uma outra cultura e notar que ela não é certa ou errada, apenas diferente", conclui Emília Miguel.
Fonte: UOL