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Indicada ao Grammy, Larissa Luz quer “conquistar outros territórios”

Larissa Luz disputa hoje o Grammy Latino 2016 (Foto: Juan Rodriguez/Divulgação)

Única baiana indicada ao Grammy Latino 2016, que terá cerimônia de premiação nesta quinta-feira (17), em Las Vegas, a cantora Larissa Luz afirma: "Quero conquistar mais outros territórios". Dona de uma voz forte, marcante e empoderada, a soteropolitana de 29 anos ganhou visibilidade na cena musical ao liderar a banda Ara Ketu. Em carreira solo, Larissa Luz impressiona pela performance e atitude que assume no palco com o repertório autoral e em parceria com músicos da banda. 

Com "Território Conquistado", disco que concorre como Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa no Grammy Latino 2016, Larissa imprime personalidade e maturidade musical. Na categoria em que compete ao lado de Céu, Tiago Iorc, Mariza e Thiago Ramil, artistas como Ivete Sangalo, Seu Jorge e Tulipa Ruz venceram em edições anteriores. "É um prêmio relevante e amplia as possibilidades de realização", diz Larissa em entrevista ao G1, direto de Las Vegas. Confira na íntegra:

G1 – Você foi a única artista baiana a ser indicada ao Grammy Latino deste ano. Como tem sido essa experiência de ser indicada? O que você enxerga como maior benefício dessa indicação?

Larissa Luz – É um prêmio relevante e amplia as possibilidades de realização, porque cria um novo espaço de visibilidade. A propagação do trabalho, principalmente para além das fronteiras, para mim é uma grande aquisição atribuída ao prêmio.

G1 – O álbum “Território Conquistado” é bem afirmativo e forte, com arranjos contemporâneos e letras inspiradoras. Como foi o processo de produção do disco (composições, escolhas, arranjos)?

Larissa Luz – Quando recebi da Natura Musical a oportunidade de gravar o segundo disco, comecei a construir o conceito com a antropóloga Goli Guerreiro, que me auxiliou na pesquisa dentro da cultura afro contemporânea baiana e mundial…e me fez perceber o processo que estava vivenciando através de histórias maravilhosas de grandes pensadoras negras. Com Pedro Itan [um dos produtores do disco e quem gravou as guitarras], compus e comecei a produção da grande maioria das músicas. As percussões e partes mais humanas dos arranjos foram gravadas com Jr Tostoi, por Michelle Abu. Pedro Tie ficou com a parte mais eletrônica da produção, beats, baixo sinth e edições, proporcionando a interação entre o ancestral e o contemporâneo. Estive acompanhando e dirigindo todo o processo com cada um deles. As letras foram nascendo a partir de experiências próprias e histórias pessoais que vinham à tona ao longo do processo.

G1 – Não dá para comparar a Larissa Luz, vocalista do Ara Ketu, e a Larissa Luz do “Território Conquistado”. Como foi esse processo, essa trajetória artística tão distinta que você construiu ao longo dos últimos anos?

Larissa Luz – Acredito que foi um processo natural de amadurecimento artístico e pessoal. A busca pela consciência do que somos é uma jornada. À medida que fui me conhecendo melhor, fui tomando as rédeas da minha própria história. Focando no que era importante. Acumulando experiências, tomando decisões que acatavam a minha prioridade de assumir as minhas escolhas, a minha necessidade de falar sobre o que acredito. Estou bem comigo e tenho plena convicção da importância que teve passar pelo Ara ketu naquele período para ser hoje o que sou. Para mim, a vida é completamente mutável, assim como os seres, está em constante movimento. Vou flutuando no balanço. Encarando os desafios. Não me permito acomodar. O processo é contínuo, e o ideal é que a gente se divirta ao longo dele.

G1 – A carreira internacional já está nos seus planos?

Larissa Luz – Demais. Meu próximo degrau. Já estou trabalhando nisso. Quero conquistar mais outros territórios. Já estou planejando a primeira turnê para o ano que vem.

G1 – Qual seu maior ídolo da música?

Larissa Luz – Eita..que difícil..(risos). Acho que não tenho um ídolo maior! Tenho milhares de referências incríveis que ocupam meus dias, meu som, minhas telas, como Nneka, Titika, Elza Soares, Nina Simone, Concha Buika, Buraka…

G1 – Mulher, negra e artista. Quais os desafios diários que você enfrenta?

Larissa Luz – Ser mulher já não é fácil. Sofremos de diversas maneiras com um tratamento desfavorecido que parte de uma sociedade patriarcal condicionada a determinado tipo de comportamento, e se esconde atrás de um modelo cultural que nos foi imposto. Ser mulher e negra um tanto pior. Porque além da questão de gênero soma-se o racismo diário que assombra nossos dias desde séculos atrás. Não temos as mesmas oportunidades. É visível, é notório…é injusto. Sofremos assédio, sofremos preconceito, somos silenciadas, invisibilizadas, mas continuamos lutando e estamos em progresso.

G1 -Estamos no mês em que é celebrado o Dia da Consciência Negra. Qual a mensagem que você passa a respeito da importância desta data?

Larissa Luz – Uma data para fazer um barulho a mais e trazer à tona um assunto constante: nossa consciência a respeito do que somos, quem somos, do papel de cada um dentro dessa construção de uma nova relação entre as pessoas onde a prioridade é bem clara: respeito!!! O povo negro merece ser recompensado por tanto sofrimento e iremos em busca do que nos é de direito. Acho bom ter uma data, um mês que marque e simbolize a luta.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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