Internacional

Obama e Trump devem se encontrar para falar sobre transição

Presidente Barack Obama discursa após derrota da democrata Hillary Clinton para o republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA (Foto: Associated Press)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve receber seu sucessor, Donald Trump, na Casa Branca, nesta quinta-feira (10), para começar as discussões sobre transição de poder. Na terça-feira (11), Obama afirmou que instruiu sua equipe a garantir uma transição de sucesso para o próximo presidente.

Ele afirmou que "não é segredo" que ele e Trump têm diferenças significativas, mas que o felicitou e o convidou para essa reunião na Casa Branca. O presidente falou sobre suas realizações no cargo e afirmou que sua equipe deixou um país melhor e mais forte do que oito anos atrás.

Obama participou ativamente da campanha da democrata Hillary Clinton, fazendo discursos e mesmo criticando a atuação do FBI na investigação dos e-mails da candidata. Ela foi acusada de usar seu servidor particular para tratar de assuntos confidenciais na época em que era secretária de Estado. Ao longo da campanha, Trump criticou a administração de Obama.

'Diálogo muito agradável'
A chefe da campanha de Trump, Kellyanne Conway, tinha dito mais cedo que Obama telefonou para Trump ainda na madrugada da quarta, quando ele estava em um evento com partidários em Nova York. Ele respondeu à chamada logo depois de descer do palco.

O secretário de imprensa da Casa Branca, Josh Earnest, já havia dito a jornalistas na semana passada, a bordo do avião presidencial Air Forte One, que o presidente tinha sua agenda vaga nesta quarta e quinta para uma possível reunião com o eleito.

Japão
Donald Trump terá uma agenda movimentada durante a transição. Ele se reunirá com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. Em princípio, a reunião acontecerá na quinta-feira (17), na véspera da viagem do chefe de Governo nipônico ao Peru para uma encontro de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Durante a campanha eleitoral, Trump irritou o Japão ao pedir que o país pague mais para manter as forças militares americanas em seu território. Ele chegou a sugerir que o país se transforme em uma potência militar nuclear para proteger-se de um imprevisível vizinho, a Coreia do Norte.

As declarações provocaram indignação no Japão, único país que sofre um ataque com bombas nucleares. Trump também expressou oposição ao Tratado de Livre Comércio Transpacífico respaldado pelo presidente Barack Obama.

México
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, disse que combinou um encontro para definir o rumo da relação entre ambos os países. Durante a campanha, Trump prometeu construir um muro separando os países para evitar a entrada de imigrantes ilegais. Ele também chegou a se referir aos mexicanos como traficantes de drogas. 

Pena Nieto afirmou que irá discutir uma nova agenda de trabalho com Trump que incluirá questões de segurança. Antes da eleição, o presidente mexicano recebeu críticas da imprensa local por participar de uma reunião com o então candidato republicano.

Votação
O resultado da eleição americana foi definido por volta das 5h30 desta quarta-feira. Ao longo da noite, enquanto a apuração avançava, Trump conquistou vitórias surpreendentes em estados-chave, abrindo caminho para a Casa Branca.

Contrariando as sondagens, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia votaram em um republicano pela primeira vez desde os anos 1980. Juntos, esses estados têm 46 delegados.

Além disso, Hillary perdeu em Flórida, Carolina do Norte e Ohio, que são alguns dos chamados "swing states" – que têm grande número de delegados no colégio eleitoral e onde, historicamente, não há favorito. Quase sempre, eles são decisivos nas eleições americanas. A Flórida tem 29 delegados, Ohio tem 18, e Carolina do Norte, 15. O candidato precisa ter 270 delegados para ser eleito presidente.

Para ganhar a eleição, os democratas contavam com votos dos estados do Centro-Oeste, como Iowa, Ohio e Wisconsin, por causa do tradicional apoio dos negros e dos trabalhadores brancos. Mas muitos dos brancos dessa região, especialmente sem formação universitária, decidiram votar em Trump.

A importância desse grupo para os democratas tinha sido subestimada em projeções feitas antes do pleito, segundo o jornal "The New York Times". Analistas dizem o apoio desses trabalhadores a Obama já tinha sido menor em 2012, principalmente pelo receio de perder o emprego para outros países.

Os trabalhadores rurais de estados centrais e do Norte também escolheram em peso o republicano e fizeram diferença no resultado.

Fonte: G1

Redação

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