Uma auxiliar de cozinha que mora na Zona Sul de São Paulo recebeu uma cobrança de R$ 11,8 mil na conta de água, informou o SPTV desta quarta-feira (9). Segundo ela, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) não explicava o motivo para aumentar progressivamente o valor da conta, que costumava ser de R$ 80.
Em março de 2016, os valores das contas de água da Maria Rejane, que mora no Jardim Leila, na região da Represa de Guarapiranga, aumentaram de R$ 80 para R$ 260, depois para R$ 366, em seguida para R$ 3,6 mil até chegar a R$ 11,8 mil em setembro. A família recorreu à Sabesp, que afirma que houve um erro na emissão da conta.
“Minha irmã reclamou e eles abaixaram para R$ 800. Se eu pagar R$ 800 eu deixo de comer. É praticamente o meu salário”, disse Maria Rejane.
Ela afirma que cansou de perguntar para a Sabesp o motivo das altas cobranças e receber a mesma resposta: “Eles diziam que o problema está aqui em algum vazamento, mas eu já chamei um técnico. O rapaz olhou em tudo quanto é lugar e não acha esse problema”, garante.
Os funcionários da empresa também foram ao local, segundo ela, mas não deram nenhuma satisfação sobre o problema. “Eles não mexem em nada. Eles vão no cavalete, olham, mandam eu assinar um papel e vão embora”, afirma.
Outro caso
Há três meses, a família da assistente de enfermagem Luana Fernandes da Costa convive com o mau cheiro do esgoto que escorre pelas paredes e tomadas da casa onde vivem, no bairro Boa Vista, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
“Não usamos mais a cozinha. A gente compra comida ou come fora, mas aqui não tem condições de fazer uma comida porque é mosquito e o cheiro o tempo todo”, conta Luana.
O problema é gerado na casa do vizinho, que não sabia da ausência de um cano entre a caixa coletora de esgoto e a rede de esgoto. A sujeira se acumulou, encharcando o solo, e alcançou casa da Luana.
Rogério, dono da casa, também diz solicitar ajuda de técnicos da Sabesp e da Prefeitura de São Bernardo. Segundo ele, há uns dois meses uma equipe da empresa de saneamento quebrou o asfalto, constatou a falta da ligação e foi embora.
“A desculpa deles é de que falta uma autorização da Prefeitura para fazer a obra, mas na Prefeitura não consta nenhum pedido da Sabesp”, diz Rogério Tavares, designer gráfico.
Outro lado
Sobre o valor das contas da Maria Rejane, a Sabesp disse que houve um erro na emissão das contas e pediu desculpas à cliente. A companhia de saneamento informou ainda que os valores já foram ajustados de acordo com o consumo de água na casa.
Em nota, a Sabesp disse que fez uma nova vistoria no local e que realizará obras para o rebaixamento de 40 metros da rede coletora de esgotos para que a casa do Rogério possa ser ligada de forma adequada. A empresa diz que vai terminar a obra ainda nesta quarta.
Quem tiver dívida na conta de água ou atrasou o pagamento também tem a chance de resolver a situação. Até o dia 15, a Sabesp faz um mutirão para renegociar as dívidas.
Cinco vans estão na Zona Norte da capital – Brasilândia, Jaçanã, Jardim Peri, Tremembé e Pirituba. A ideia é facilitar o pagamento em parcelas, com desconto ou com abatimento de juros.
Basta levar o RG, o CPF e uma conta de água. Na sexta (11), o atendimento é das 8h às 17h. No sábado (12) e no feriado do dia 15, abre às 8h e fecha às 13h. Em seguida, o mutirão vai para outras regiões.
Fonte: G1