A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) multou em R$ 700 mil a Sanear, empresa responsável pelo tratamento de esgoto em Rondonópolis (210 km de Cuiabá), por poluição ambiental ocasionada pelo vazamento de afluentes sem tratamento lançados no Córrego Bambu, que desagua no Rio Vermelho.
Porém, conforme o gerente da regional da secretaria, Murilo Amaral, a contaminação não é tão grave quanto se esperava, foi constatado apenas que o local onde houve o vazamento foi poluído. “A contaminação não se estendeu para outras áreas, por isso não há risco neste momento para o Pantanal, mas a secretaria vai acompanhar o caso”.
Nos dias 20 e 27 de setembro uma equipe de analistas esteve no local do vazamento para fazer vistoria, e foram constatadas que as bombas hidráulicas que transportam o esgoto para a estação de coleta estavam queimadas. A pedido do Ministério Publico Estadual (MPE), uma equipe do laboratório da Sema em Cuiabá também esteve no local e coletou as amostra da água para análise.
A Sema encaminhou a Sanear uma notificação recomendatória elencando 14 providências de melhorias a serem tomadas no local.
O resultado da análise apontou que o trecho do Córrego Bambu estava com 2,27 mg/L de Oxigênio Dissolvido (OD), quantia esta em desconformidade com os padrões de qualidade de água instituídos pela Resolução CONAMA n.º 357/2005, que estabelece no mínimo 5 mg/L. Conforme o técnico do laboratório da Sema, Adari de Almeida, a falta de OD nos rios causa a mortandade da fauna aquática.
Foi identificada também uma quantia excessiva de Demanda Bioquímica do Oxigênio (DBO) na água: 22 mg/L, sendo que o Conama recomenda um número menor que 5 mg/L. A análise constatou ainda que a quantidade de fósforo estava maior que a indicada pelo Conama, 1,07 mg/L contra o valor menor ou igual a 0,1 mg/L, o que indica a presença de material orgânico em excesso no Rio. “E para degradar esse material orgânico os microrganismo consomem oxigênio, o que muito provavelmente pode causar a morte dos peixes”, pontou a análise.