Economia

Mercado reduz projeção para os juros e espera Selic em 10,75% em 2017

Foto Marcos Santos/ USP Imagens

BRASÍLIA – Na esteira da divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça-feira passada, os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa de que a Selic, agora em 14,00% ao ano, passe por mais uma redução de pelo menos 0,50 ponto porcentual este ano, no encontro de novembro. No entanto, eles enxergam uma Selic ainda menor no fim do próximo ano.

O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 31, que a mediana das previsões para a Selic no fim de 2016 permaneceu em 13,50% ao ano. Na prática, se confirmado, isso significará um corte maior – de meio ponto porcentual – que o promovido pelo BC em 19 de setembro (de 0,25 ponto porcentual). Há um mês, os economistas esperavam que a Selic terminasse 2016 em 13,75%.

Para o fim de 2017, a projeção do Focus passou de 11,00% para 10,75% ao ano, ante 11,00% ao ano de um mês atrás. Na ata da semana passada, o colegiado do BC afirmou que cortes maiores da Selic dependerão da retomada da desinflação de serviços e de avanços no ajuste fiscal.

No relatório Focus de hoje, a Selic média de 2016 permaneceu em 14,13% ao ano. Para 2017, seguiu em 11,63% ao ano. Há um mês, a mediana das taxas médias projetadas para este e o próximo ano eram de 14,16% e 11,77%, nesta ordem.

Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2016 em 13,50% ao ano, mesmo patamar de uma semana antes, ante os 13,75% de um mês atrás. Para o ano que vem, as estimativas do Top 5 ficaram estáveis em 11,25% ao ano, mesmo patamar de um mês atrás.

Atividade econômica. O Relatório de Mercado Focus desta semana voltou a trazer mudanças, para pior, nas projeções de atividade no País. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano passaram de retração de 3,22% para queda de 3,30%. Há um mês, a perspectiva era de recuo de 3,14%. 

Há duas semanas, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 0,91% em agosto ante julho. O indicador também atingiu o menor nível desde dezembro de 2009, num claro sinal de dificuldades para a retomada da atividade no Brasil. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), os diretores do BC confirmaram, ao abordar a questão do crescimento, que "os indicadores de agosto situaram-se abaixo do esperado", mas ponderaram que oscilações tendem a ocorrer em momentos de estabilização da economia.

Para 2017, o Focus mostra que a percepção também piorou levemente. O mercado prevê para o País um crescimento de 1,21% no próximo ano, abaixo do 1,23% projetado uma semana e um mês antes. O BC trabalha com uma retração de 3,3% para o PIB em 2016 e com uma alta de 1,3% para 2017. 

O relatório Focus divulgado hoje, as estimativas para a produção industrial seguem indicando um cenário difícil. A queda prevista para este ano permaneceu em 6,00%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial seguiu em 1,11%. Há um mês, as expectativas para a produção industrial estavam em recuo de 5,96% para 2016 e alta de 1,10% para 2017.

Já as projeções para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano passaram de 44,90% para 45,00% no Focus. Há um mês, estava em 44,90%. Para 2017, as expectativas no boletim Focus foram de 49,70% para 49,80%, ante projeção apontada um mês atrás de 49,50%. 

Fonte: Estadão

Redação

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