Política

Wilson mostra notas fiscais que comprovariam envolvimento de família de Emanuel

O candidato a prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), divulgou um conjunto de supostas notas fiscais que provam que familiares do seu adversário, Emanuel Pinheiro (PMDB), receberam propina da empresa Caramuru Alimentos S/A.

As provas foram apresentadas nesta quinta-feira (27) pelo candidato durante entrevista coletiva à imprensa na sede do Diretório Municipal do PSDB, no Bairro Santa Rosa.

Wilson explicou que as notas fiscais foram entregues ontem no final da tarde (quarta-feira), de forma anônima, em seu gabinete na Assembleia Legislativa. As notas confirmam ainda a veracidade da denúncia feita por Wilson, de que os pagamentos foram feitos para que a empresa obtivesse incentivos fiscais irregulares em 2014, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Silval e vários ex-secretários de Estado já foram presos em razão do esquema descoberto pela “Operação Sodoma”.

As notas fiscais mostram que, no mesmo dia em que teve o seu benefício fiscal aprovado e publicado no Diário Oficial do Estado, em 4 de setembro de 2014, a Caramuru começou a fazer vários pagamentos de R$ 150 mil e de R$ 200 mil às empresas Pinheiro e Noronha Ltda (pertencente ao irmão de Emanuel, Marco Polo Pinheiro, e à esposa deste, Bárbara Pinheiro) e Auctus Consultoria (pertencente a Bárbara e a sua irmã, Fabíola Noronha Sampaio).

A aprovação foi assinada “ad referendum”, ou seja, sem a necessária passagem pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico (Cedem), pelo então secretário de Indústria e Comércio, Alan Fábio Prado Zanatta, que havia sido indicado pelo próprio deputado Emanuel Pinheiro e pelo então deputado federal e hoje senador Wellington Fagundes (PR).

No total, os parentes de Emanuel receberam, de 4 de setembro a 2 de outubro de 2014, onze pagamentos, somando R$ 1,790 milhão.

Os pagamentos eram feitos conforme o processo da Caramuru ia caminhando dentro do governo.

Cada empresa recebeu um pagamento de R$ 150 mil, por exemplo, no dia 2 de outubro daquele ano, um dia depois de o Cedem aprovar a entrada da Caramuru no Prodeic.

E no dia 16 de outubro daquele ano, quando o ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários Alan Zanatta e Pedro Nadaf (Casa Civil) publicaram o enquadramento definitivo da Caramuru no Prodeic, uma terceira empresa de Fabíola Noronha recebeu mais um pagamento de R$ 60 mil.

As notas fiscais mostram que a Caramuru também repassou R$ 1.890 milhão ao escritório Figueiredo & Figueiredo Advogados Associados, sendo R$ 590 mil no dia 15 de dezembro de 2014 e R$ 1.330 milhão no dia 17 de abril de 2015. Somando-se todas as notas, a Caramuru repassou um total de R$ 3,680 milhões.

De acordo com o advogado da Coligação, José Antônio Rosa, apesar de esses dois últimos pagamentos não terem, aparentemente, nada a ver com o esquema de propinas, as notas referentes a eles também serão entregues à Delegacia Fazendária e ao Ministério Público Estadual por estarem dentro do período em que a Caramuru usufruiu dos benefícios fiscais. Todos os demais materiais e informações que chegaram ao conhecimento da campanha eleitoral de Wilson Santos também serão encaminhados.

“Nada do que chegou às nossas mãos ou ao nosso conhecimento deixará de ser entregue às autoridades”, garantiu Antônio Rosa.

Segundo o coordenador de Marketing da campanha de Wilson Santos, o jornalista Kleber Lima, jamais pairou tanta dúvida sobre a honestidade de um candidato a prefeito de Cuiabá, como nesta campanha, com Emanuel Pinheiro.

“Além de ter que se explicar à polícia e ao Ministério Público, o candidato Emanuel Pinheiro deve seríssimas explicações à sociedade cuiabana e mato-grossense. Uma vez que ele está sendo investigado, não é mais possível que fique apenas negando fatos que estão mais do que na cara do eleitor”, afirmou.

Redação

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