Foi lançada neste mês de outubro a primeira estimativa de oferta e demanda da soja em grão para a safra 2016/17, quando são aguardados volume recordes de oferta e demanda para a nova temporada e atualizados os dados da safra 2015/16 de soja em Mato Grosso.
Com a expectativa de uma demanda crescendo um pouco mais forte que a oferta, os estoques finais da próxima temporada devem voltar aos patamares das últimas safras, com 220 mil toneladas. Isso corresponderá a um recuo de 67,9% em relação aos elevados estoques de 690 mil toneladas esperados para a safra 2015/16.
A safra 2015/16, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) teve seus dados de oferta reajustados para cima, enquanto que a demanda apresentou uma redução em relação à previsão anterior. Com a consolidação da produção da safra 2015/16 em 27,81 milhões de toneladas, a oferta da safra firmou-se em 28,12 milhões de toneladas, representando um aumento de 1,1% em relação à estimativa de julho.
Para a demanda, a nova estimativa apresentou um recuo de 0,7% em relação à previsão anterior. Enquanto isso, a expectativa de exportação e consumo interestadual foi reajustada para cima, com o consumo interno (esmagamento) apresentando significativo recuo em sua expectativa.
A previsão de julho que indicava um volume de 8,89 milhões de toneladas a serem esmagadas foi reduzida para 7,27 milhões de toneladas na nova previsão, devido, sobretudo, à redução na margem bruta de lucro das esmagadoras que desestimulou os volumes que estavam sendo aguardados para esmagamento no segundo semestre de 2016.
Com a elevação na estimativa de oferta e recuo da demanda da safra 2015/16 na nova previsão, os estoques finais da safra atual devem apresentar volumes significativos de 690 mil toneladas ao fim de 2016, firmando-se acima dos estoques finais registrados nas últimas safras.
Para a safra 2016/17, a estimativa inicial prevê uma oferta do grão de 30,58 milhões de toneladas, sendo 2,47 milhões de toneladas ou 8,8% superior à nova previsão da temporada 2015/16. Tal incremento se dá não só pelo aumento da produção, que deve atingir 29,90 milhões de toneladas em Mato Grosso, como também devido à elevação no volume de estoque final da safra 2015/16.
Já para a demanda é esperado, nesta primeira estimativa, um aumento ainda maior que a oferta, cerca de 10,7% acima da safra 2015/16, registrando volumes de 30,36 milhões de toneladas.
Com o grande volume a ser ofertado no novo ciclo, espera-se que o consumo estadual (esmagamento) e exportação cresçam no novo ciclo cerca de 26,1% e 8%, respectivamente, em relação à temporada atual. Enquanto que o envio de soja a outros estados (consumo interestadual) apresenta um pequeno recuo de 200 mil toneladas em relação ao que foi destinado na temporada atual.
Safra de algodão deve reduzir 50 mil toneladas
O Imea divulgou a oitava estimativa de safra 15/16 do algodão em MT, agora com os dados consolidados. Quanto à área destinada à fibra, manteve-se inalterada, em 612 mil ha.
Em relação à produção, houve um reajuste em decorrência da variação negativa na produtividade, ficando em 889,9 mil toneladas de pluma de algodão. Se comparada à 14/15, que possuía 564 mil ha, estima-se que a atual safra apresente uma redução de 50 mil toneladas na produção.
Assim, considerando o preço médio ponderado de pluma pela comercialização desta safra, que está em R$ 77,02/@, pode-se dizer que R$ 257,8 milhões deixaram de circular no Estado, por causa da quebra na produção da safra. Este valor corresponde a 4,9% do valor bruto da produção do algodão. Ainda cabe ressaltar que esse número leva em consideração apenas a pluma, sem contar com a importância do caroço e outros subprodutos para o Estado.
Abate de bovinos cai 3,83% em setembro
Setembro não foi o melhor mês do ano para o abate em MT. Segundo dados do Indea-MT, o nono mês do ano encerrou seus dias com pouco mais de 381 mil animais abatidos, número 3,83% menor quando comparado com o do mesmo mês do ano passado.
Dentre as características do abate de animais em setembro/16, vale ressaltar a proporção de machos sobre o total abatido, que somou 71,24%, é a maior parcela de machos na linha de abate desde outubro/10.
Esta maior frequência de bovinos machos deve-se a dois fatores: o primeiro é o ciclo pecuário, que indica para uma retenção de fêmeas, que vem ocorrendo desde meados de 2013, e isso reduziu o abate desta categoria; a segunda motivação é devido ao fato de que, historicamente, os bovinos abatidos entre os meses de agosto e novembro são advindos principalmente de confinamentos, e esses animais são, em sua maioria, machos.