A promotora de Justiça, Ana Cristina Bardusco descreveu na denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) um gráfico que aponta o caminho direcionado pelo desvio dos cofres públicos de R$ 15,857 milhões, do pagamento da desapropriação de um terreno no bairro Jardim Liberdade I. O esquema faz parte das investigações da quarta fase da Operação Sodoma, que resultou em seis mandados de prisão.
O esboço detalha os valores recebidos por cada beneficiário do esquema. De acordo com gráfico, o maior beneficiário do dinheiro desviado foi o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) que recebeu R$ 10 milhões. O ex-secretário chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, recebeu R$ 2,452 milhões. Coube ao procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, receber R$ 1,106 milhão.
Receberam igualmente a quantia de R$ 607.750 mil os ex-secretários de Estado Arnaldo Alves (Planejamento) e Marcel de Cursi (Fazenda). A mesma quantia foi recebida pelo ex-presidente do Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), Afonso Dalberto.
O pagamento feito à organização criminosa, no entanto, não se deu de uma única vez. No total, foram sete parcelas com o primeiro pagamento em abril e o encerramento em novembro de 2014.
A divisão dos valores recebidos por cada um dos membros que o Ministério Público Estadual (MPE) classifica de organização criminosa se deu pelos rastreamentos de cheques fornecidos pelo empresário Filinto Muller na delação premiada. Ainda foi revelado por Filinto Muller que a propina paga correspondeu a aproximadamente R$ 15,857 milhões com os pagamentos feitos em contas bancárias de beneficiários indicados por cada integrante da organização criminosa.
Com a identificação dos valores recebidos por cada um dos membros do que o Ministério Público considera organização criminosa foi possível identificar a função de cada um dos seus componentes. “Neste contexto, podemos destacar que o ex-secretário Pedro Jamil Nadaf foi o responsável pelo repasse dos valores de propina referentes a parte do ex-secretário Marcel Souza de Cursi e ainda que nas parcelas o ex-secretário Pedro Jamil Nadaf , bem como o procurador aposentado do Estado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho foram responsáveis pela distribuição de propina para os demais integrantes da organização criminosa com o dinheiro já lavado pelo núcleo da lavagem de dinheiro, que conforme demonstramos no decorrer das investigações é composto pelo advogado Levi de Oliveira Machado, pelo empresário Filinto Muller e o empresário Sebastião Faria e ainda a empresa S F Assessoria e Organização de Eventos Eireli ME”, completa a denúncia.
Veja o gráfico:
Com FOLHAMAX