O último debate eleitoral entre candidatos à Prefeitura de Cuiabá foi marcado por acusações e ironias dos participantes. Atitudes sensacionalistas de campanhas passadas e comentários jocosos sobre os adversários deram o tom do confrontamento deveria de apresentação de propostas. Emanuel Pinheiro (PMDB) e Wilson Santos (PSDB) de novo protagonizaram disputas de acusações criminosas. O debate foi realizado pela TVCA, filiada da Rede Globo em Mato Grosso.
Pinheiro disse que Santos tem usado de um “laranja” para engrossar a linha de ataque à sua figura. Sem citar nome, para ele, o tucano e o também candidato à prefeitura, Julier Sebastião (PDT), fizeram acordo para apresentação de supostos fatos suspeitos.
“Wilson Santos se elegeu em 2004 destruindo a honra do Alexandre César; em 2008, fazendo uma campanha suja contra Mauro Mendes e sua família. Agora, tenta fazer o mesmo comigo. E faz pior, usa outro candidato como ‘laranja’ para também me atacar”, disse.
Nas duas últimas semanas, Wilson Santos passou veicular na divulgação de sua campanha materiais que ligariam Pinheiro a outras figuras políticas em Mato Grosso, como ex-governador Silval Barbosa, e no país, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que estão hoje manchados devido a investigações de operações policiais (Sodoma e Lava Jato, por exemplo). Pinheiro por sua vez começou a associar seu adversário ao ex-comendador João Arcanjo Ribeiro.
Houve troca de farpas também de Pinheiro com Serys Slhessarenko (PRB). A candidata fez piada com a característica das sobrancelhas ao perguntar se haverá combate à corrupção no governo de Pinheiro em um caso de eleição.
“Quem quiser ver ele [Emanuel Pinheiro] elogiando Silval Barbosa e Eder Moraes é só ver em um vídeo meu no Facebook. Você não enxergou o que estava debaixo de suas sobrancelhas?”, disparou Serys, dizendo que Pinheiro viu esquema de corrupção nas obras da Copa, mas não reagiu contra.
Em resposta, Pinheiro disse que a candidata do PRB estava se desviando da proposta do debate e apelando para baixaria ao fazer seus comentários.
Os confrontos se estenderam entre o ex-juiz Julier Sebastião e Wilson Santos. Ele lembrou a ação de tucano, na campanha de 2008, que se viu forçado a beber água suja durante um debate, oferecida pelo então candidato à Prefeitura de Cuiabá, Walter Rabello, morto em 2014.
Santos avançou para acima do procurador Mauro (Psol) criticando as concorrências dele a cargo público desde 2006. Segundo Santos, durante dois anos, desde então, o procurador teria ficado sem trabalhar na Fazenda Nacional, órgão em que estava lotado, recebendo seu salário, que teria somado cerca de R$ 500 mil no período. O procurador, por sua vez, disse que cumpre legislação eleitoral, que impede frequência empregatícia de candidatos durante a campanha, e que o cargo seria sua única fonte de renda.
Renatto Santana, da REDE Sustentabilidade, ficou fora do debate por não ter alcanço até o momento 5% das intenções de votos em Cuiabá.