Brigada Militar, Força Nacional, Porto Alegre, ruas, policiamento, reforço (Foto: Robson Alves/BM)
Os números registrados uma semana de atuação da Força Nacional de Segurança em Porto Alegre mostram redução no crime de roubo de veículos e aumento na média de prisões diárias, que dobrou. Os homicídios, no entanto, se mantiveram dentro da média.
Os dados compilados pela Editoria de Segurança do Grupo RBS apontam ainda que, no período, não foram registrados latrocínios, crime que teve aumento de 34,8% no estado nos seis primeiros meses do ano.
Mais sobre os dados
O número de homicídios se manteve o mesmo uma semana após a chegada da tropa a Porto Alegre, com a média de dois registros por dia.
Em relação aos latrocínios, foi registrado uma média de um caso a cada 10 dias, sendo que no período em que a tropa atua na capital gaúcha, não foi registrada nenhuma ocorrência deste crime.
Já os roubos de veículos tiveram queda no período. A média do ano, de 22 casos por dia, caiu para 16,5 após a chegada da Força Nacional.
O índice de prisões foi o que mais subiu desde a chegada das tropas. A média, que era de 2,47 prisões por dia na Operação Avante, passou para 4,57 nos últimos sete dias de atuação dos agentes federais.
Os cerca de 120 homens e mulheres da Força Nacional de Segurança se juntaram ao efetivo de 160 policiais militares responsáveis pela Avante, que se caracteriza pela realização de blitze e barreiras, além de patrulhas, em pontos considerados estratégicos para coibir ações criminosas e apreender drogas e armas.
'Em todos os bairros', diz comandante sobre atuação da Força Nacional
De acordo com o comandante do policiamento da capital, tenente-coronel Mário Ikeda, a Força Nacional está integrada com a Brigada Militar e realiza o trabalho de policiamento de forma independente. “Eles recebem as missões e não trabalham mais acompanhados da Brigada Militar, mas de forma integrada na Operação Avante”, diz ao G1 o comandante, que faz questão de esclarecer alguns pontos indagados pela população:
“É importante esclarecer que eles têm um rádio portátil em todas as viaturas, se comunicam com as demais viaturas. Eles podem fazer prisões, são policiais militares. Já fizeram, inclusive, e as barreiras que são feitas não são blitze de trânsito, mas sim um trabalho com foco na atividade policial”, afirma Ikeda.
Ele também afirmou que, apesar da dificuldade que os policiais enfrentam por não conhecerem muito bem a cidade, a tropa vem atuando "em todos os bairros, não somente em bairros residênciais e comerciais, mas também nas áreas onde são registrados maiores problemas sociais, não só em bairros nobres", detalha.
Sobre as ocorrências registradas após o início do trabalho da Força Nacional, Ikeda preferiu não comentar os resultados, disse apenas que o policiamento reprime a ocorrência de homicídios, mas uma redução desse tipo de crime só deve ser percebida após um trabalho de médio a longo prazo.
“O aumento do policiamento reprime, mas essa questão está relacionada com a briga entre facções, não basta apenas o policiamento, isso depende de um trabalho mais duradouro”, finaliza.
Reforço permanece até o começo de novembro
A Força Nacional de Segurança atuará até o começo de novembro na capital. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União na sexta-feira (2), e o período conta a partir da data da publicação.
O prazo pode ser ampliado, se houver novo pedido do governo gaúcho e aceitação do governo federal. A portaria ainda indica que o objetivo do auxílio policial é “conter a criminalidade”.
O ofício também destaca que a operação deverá ter o apoio do governo gaúcho, que permitirá o "acesso aos sistemas de informação, inteligência, disque-denúncia e ocorrências, no âmbito da Segurança Pública".
Fonte: G1