No trajeto diário da volta para casa ou da ida ao trabalho é notório a quantidade de placas de “aluga-se”, em qualquer parte de Cuiabá. Na Avenida Carmindo de Campos, onde a concentração de lojas de construção cível, arquitetura, mecânica e venda de carros, são mais de 20 imóveis para venda e aluguel, destes 13 são imóveis para aluguel de comércios, como salas comerciais.
A corretora de imóveis, Marcia Oliveira, tenta alugar 8 salas comerciais em um dos prédios da Avenida Carmindo de Campos. De acordo com a corretora, mesmo com um preço acessível, o mercado para aluguel de salas comerciais está morno.
“O preço das salas é considerado baixo, R$1200. Nós alugamos uma e ficamos com a outra. Então demoramos de 30 a 40 dias para alugar uma sala. Em um cenário ideal, em um mês, teríamos alugado 6 salas”, revela a corretora.
A Oliveira explica que com a situação econômica do País os investimentos para criação de empresas foram diminuídos. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 1934 mil empresas fecharam no 1º semestre de 2016.
Entre aberturas e fechamentos de empresas, o comércio varejista brasileiro perdeu 67,9 mil pontos de venda com vínculos empregatícios nos seis primeiros meses de 2016, resultado que contrasta com as 27,8 mil lojas fechadas no mesmo período de 2015, mas que é menos negativo do que os 73,1 mil estabelecimentos que fecharam definitivamente as portas na 2ª metade do ano passado, segundo a entidade.
Neste cenário, as corretoras e locatários de imóveis se viram obrigados a diminuir ou até manter o preço do imóvel a ser alugado. “O comércio reflete o que está acontecendo no País. Tiveram 30 a 40% de queda nas vendas, isso gera também um fechamento de empresas nessa mesma ordem. Por exemplo, quem tinha duas lojas ficou com uma, que estava com comércio grande, está com um menor. No caso do aluguel comercial, há mais de anos, há uma negociação grande entre proprietários e inquilinos. Houve redução no valor do aluguel e há ainda os que não reajustam o preço do aluguel”, revela o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), Marco Pessoz.
Segundo Pessoz, a maioria das empresas ainda tiveram custos acrescidos, como o de energia, combustível, salários. “Aliado o aumento dos custos e a queda nas vendas, chegou a um ponto de empresários não ter mais o que fazer e tomar a triste decisão de fechar uma empresa”, revela.
Contudo, Pessoz acredita em cenário econômico favorável para 2017. “Eu acredito que a gente vai parar de fechar e em 2017 teremos uma perspectiva de retomada de atividade”, finaliza.