Cidades

10 ataques foram contabilizados em Mato Grosso até o momento

O medo começou a se espalhar em Cuiabá e Várzea Grande, quando no inicio da noite desta sexta-feira (10) áudios incentivando ataques começaram a circular pelas redes sociais. Desde então, de acordo com a Secretaria de Segurança pública estão confirmados 10 atentados e 14 prisões efetuadas, sendo 8 ataques e 10 prisões em Cuiabá e Várzea Grande, e dois ataques e quatro suspeitos presos em Primavera do Leste.

Em meio ao caos instaurado pela questão não resolvida do RGA do funcionalismo público, o governador Pedro Taques enfatiza otimismo: “Estamos todos juntos. Tenho total confiança na capacidade das nossas forças em fazer frente a esta situação. Outros estados já vivenciaram isso. Mato Grosso já enfrentou uma situação semelhante no passado. Vamos vencer. O importante é que demos uma resposta forte e rápida”, destacou Taques.

Cronologia dos ataques

A polícia apura que a razão da rebelião e dos atentados é a suspensão de visitas e banhos de sol nas unidades prisionais, por conta da greve dos servidores do sistema penitenciário. Os funcionários entraram em greve no dia 31 de maio para pressionar o governo de Mato Grosso a pagar a Revisão Geral Anual (RGA).

Na manhã de sexta-feira (10) houve um principio de rebelião na Penitenciária Geral do Estado (PCE). Os presos dos raios 3 e 4 tentaram iniciar um motim, mas foram contidos pelos agentes. Mulheres de detentos já haviam fechado um trecho da BR-070 na quinta-feira (9), perto da unidade prisional de Primavera do Leste reivindicando a volta do funcionamento padrão das unidades. Na tarde da sexta-feira (10) mais mulheres fizeram protesto em frente a PCE, cobrando a volta das visitas e a entrada de comida dentro da prisão.

Após a tentativa frustrada de rebelião começaram a circular áudios de presos da PCE incitando os ataques. Após os primeiros atentados o transporte coletivo paralisou as atividades em Cuiabá e Várzea Grande. Segundo a Associação Mato-Grossense dos Transportadores Urbanos (AMTU) foram contabilizados cinco ataques a ônibus em Cuiabá e Várzea Grande entre a noite de sexta e a manhã de sábado (11).

Das cinco tentativas três resultaram em ônibus queimados: os bairros Praieiro e Pedra 90 em Cuiabá e o Unipark, em Várzea Grande.  Os moradores do Praiero estão, inclusive, incomunicáveis já que as chamas atingiram as linhas telefônicas e deixaram o local sem telefone e internet. Nos bairros Jardim Vitória e Novo Mato Grosso (Várzea Grande) houve tentativas de incêndios, mas sem sucesso.

O último atentado foi no bairro Novo Mato Grosso às 5 horas da manhã, segundo AMTU eles não conseguiram abrir o tanque de combustível. Os ônibus desta linha ainda estão suspensas.

Um carro e uma motocicleta foram incendiados em frente ao shopping Três Américas e outro carro no bairro Cristo Rei em Várzea Grande, mas a polícia ainda avalia se estas ações fazem parte do Salve Geral instalado pelos presidiários.

Além disso, a residência de um agente penitenciário sofreu setes disparos de arma de fogo e houve tentativa de incêndio na casa de um sargento da Polícia Militar. A situação parece também ter se espalhado para Primavera do Leste, onde uma van e viatura da polícia foram incendiadas. Quatro suspeitos foram detidos pelos crimes.

Investigação

A Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso Roger Jarbas criou um gabinete de crise e mobilizou todas as unidades especializadas, mais de 100 viaturas foram colocadas nas ruas. Até o momento, 14 pessoas foram presas, sendo 10 em Cuiabá e Várzea Grande, e outras quatro em Primavera do Leste, onde foram queimadas uma viatura desativada da Polícia Militar  e um veículo utilitário.Entre eles, um detento da Penitenciária Central do Estado (PCE), Reginaldo Aparecido de Brito, o "RG", apontado como o mentor da onda de ataques.

"Temos indicações seguras de que ele é a liderança que determinou os ataques, de dentro da unidade prisional. Nós estamos apurando qual o formato de comunicação empregado, que certamente não foi único", disse o secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas. 

O suposto responsável pelo áudio, identificado como R.A.B., já cumpria pena dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Ele estava condenado por roubos e, ao todo, sua pena soma 18 anos de cadeia. 

Outro preso foi Fabiano Halailthon Rodrigues Souza, o "Peruca". Ele é suspeito de participação no incêndio a um ônibus no ponto final do bairro Pedra 90. De acordo com o delegado plantonista Wilson Sibusque em entrevista ao Circuito Mato Grosso, o suspeito já prestou depoimento e foi liberado. 

Bruna Gomes

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