Em discurso na sede das Nações Unidas, nesta sexta-feira (22), a presidente Dilma Rousseff não mencionou a palavra “golpe” como vem fazendo em seus posicionamentos no Brasil. Praticamente todo o seu discurso foi sobre clima.
Apenas nas cinco frases finais, Dilma se limitou a dizer que o Brasil vive atualmente um "grave momento", com uma sociedade que construiu uma "pujante democracia" e que o povo saberá "impedir quaisquer retrocessos".
Segundo o cientista político alemão Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Planalto acabou entendendo que havia riscos na iniciativa de usar a conferência sobre o Pacto de Paris para falar de política interna.
"Acabou sendo um discurso suave. O governo deve ter calculado que esse não seria um fórum adequado para falar de política interna. Um diplomata americano me disse que seria fora de lugar", afirmou. "Por causa do seu impacto, os acordos da conferência vão estar nos livros de história no futuro. Havia mais riscos do que vantagens em abordar o impeachment. No final, ela só tentou demonstrar que ainda é a chefe de Estado".
(Fonte DW)