Cidades

Sensor criado na USP e na UFSCar detecta predisposição

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um método de diagnosticar a predisposição genética para o câncer de mama em mulheres e homens.

Atualmente, o diagnóstico é possível por exames como o realizado pela atriz Angelina Jolie em 2013, mas são opções caras e o desafio dos cientistas da USP de São Carlos e da UFSCar de Araras era criar um teste barato. O resultado foi um protótipo que permite exames a um custo estimado de R$ 70.

Sensor
Após dois anos de estudo, os pesquisadores chegaram a um sensor aparentemente simples, que revela mutações em um cromossomo específico.

"Essa mutação acontece em um gene conhecido como gene BRCO1. É um gene já bastante conhecido em relação a mutações relacionadas à predisposição ao câncer de mama e ao câncer de ovário", explicou a pesquisadora Laís Ribovski, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).

O sensor é formado por um bastão com um condutor elétrico e um disco de ouro de 2 mm na ponta. Uma amostra de sangue ou saliva é colocada em contato com o eletrodo e, se as partes não se juntarem naquele desenho clássico do DNA, a dupla hélice, significa que a pessoa não tem a mutação, não tem o defeito genético. Mas, se os fragmentos se juntarem, existe a tendência a desenvolver a doença.

“Depositamos a patente neste ano e a gente espera que haja o interesse de alguma indústria ou mesmo laboratório que se interesse em comprar essa patente ou investir no desenvolvimento da patente para a gente ter um protótipo para poder aplicar ao mercado”, afirmou o professor Bruno Janegitz, integrante do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) da UFSCar. 

Diagnóstico
Para o médico oncologista Luiz Gazzi é muito importante saber se a mulher tem ou não a mutação genética. O ideal é confirmar a predisposição para que a paciente tenha um acompanhamento especial.

“Detectar o tumor precocemente, e isso é válido para qualquer tipo de tumor, é importante para que nós possamos aumentar a chance de cura”, disse.

Na pele
A aposentada Valmira da Cruz conviveu com a doença. Depois de sentir fortes dores, ela procurou um médico e descobriu o tumor no seio. “Eu passei por oito químios, fiz a cirurgia da retirada da mama, depois eu fiz 28 [sessões] de rádio”, contou.

Com a notícia dos avanços na pesquisa, a neta dela, que ajudou durante todo o tratamento, vê a tecnologia como um alívio. “É ótimo a gente saber que antes mesmo a gente já pode se prevenir, se cuidar para não ter esse avanço na doença”, afirmou a estudante Ana Laura da Cruz Maduro.

Fonte: G1

Redação

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