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Qual a diferença entre a bomba de hidrogênio e a atômica?

A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (6) ter feito um teste bem-sucedido com uma miniatura de bomba de hidrogênio (a bomba H ou bomba termonuclear). O uso da arma ainda não foi confirmado por outros países, mas foi registrado um terremoto na área onde os norte-coreanos já fizeram outros testes nucleares. Segundo autoridades da Coreia do Sul, ele foi provocado artificialmente por uma explosão.

Veja perguntas e respostas sobre o caso:

A Coreia do Norte realmente testou uma bomba de hidrogênio?
É difícil saber se a explosão subterrânea foi mesmo uma bomba H, como alega a Coreia do Norte. A agência sul-coreana de inteligência diz que esta ainda seria uma bomba de fissão (entenda a diferença a seguir).

Segundo o país vizinho, os norte-coreanos já estavam buscando uma maneira de "turbinar" sua bomba de fissão, adicionando trítio (uma forma radioativa de hidrogênio) na mistura do combustível nuclear. Isso aumenta um pouco o potencial destrutivo da arma nuclear mais convencional, mas não a transforma numa bomba H. Pode ser que o teste nuclear norte-coreano mais recente tenha usado uma dessas bombas de fissão turbinadas.

Qual é a diferença entre uma bomba de hidrogênio e uma bomba atômica convencional?
A bomba convencional, de fissão, funciona por meio da fragmentação de átomos grandes, como urânio e plutônio. Foi uma deste tipo que foi detonada em Hiroshima, no Japão, em 1945.

A bomba de hidrogênio consegue sua energia a partir da fusão de isótopos de hidrogênio, átomos menores e fáceis de obter.

Bombas por fusão exigem muito mais energia para serem detonadas e devem ser usadas em combinação com um explosivo por fissão nuclear. Produzi-las requer uma engenharia mais sofisticada.

Qual é o potencial de destruição de uma bomba de hidrogênio?
Uma bomba H das mais "fracas" possui força de centenas de quilotoneladas – uma ordem de grandeza maior do que um explosivo típico de fissão nuclear. Uma quilotonelada equivale a uma explosão de mil toneladas de TNT.

A destruição que a detonação de uma bomba de hidrogênio causaria em uma área habitada ainda é objeto de especulação – e alimento para pesadelos.

Qual é o potencial do arsenal nuclear norte-coreano?
Caso a Coreia do Norte tenha realmente conseguido produzir uma bomba de hidrogênio, o potencial destrutivo do arsenal atômico do país pode se multiplicar por 10 ou por 100.

Como aumentar a quantidade de "combustível" da bomba termonuclear é mais fácil do que para a bomba de fissão, não é difícil que um país multiplique seu potencial nuclear aceleradamente a partir do momento em que desenvolve sua primeira bomba H.

Como foram os outros testes? 
A Coreia do Norte já fez outros três testes com bombas nucleares, entre2006 e 2013. Eles usaram bombas atômicas de primeira geração, por fissão nuclear, menos complexas de produzir.

O mais poderoso teste realizado pela Coreia do Norte até agora foi uma explosão subterrânea com energia estimada em 7 quilotoneladas, metade do poder destrutivo da bomba lançada pelos EUA sobre Hiroshima em 1945. A força da explosão norte-coreana de 2013 foi estimada pelo Serviço Geológico dos EUA, que mediu o impacto sismológico gerado pela operação.

Outros países já usaram ou testaram a bomba H?
A primeira bomba H detonada pelos EUA, num teste no Pacífico em 1952, tinha cerca de 10.500 quilotoneladas.

A maior explosão da história, num teste russo em 1961, foi superior a 50.000 quilotoneladas. Porém, armas termonucleares nunca foram efetivamente usadas em guerras.

Existe algum tratado que proíba o uso ou teste de armas nucleares?
A Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear em 1968. A Coreia do Norte era signatária, mas abandonou o tratado em 2003, após admitir ter um programa secreto de enriquecimento e de expulsar inspetores da ONU.

Em agosto do ano passado, a ONU cobrou a assinatura de um tratado que proíbe os testes nucleares. “O Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares [CTBT] é essencial para a eliminação de armas nucleares”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. A Coreia do Norte assinou o tratado na Assembleia Geral, mas ainda não ratificou.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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