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Coreia do Norte diz ter feito teste com bomba de hidrogênio

Soldado sul-coreano passa por uma tela de televisão em estação ferroviária em Seul enquanto a Coreia do Norte anuncia ter feito teste com bomba de hidrogênio (Foto: AFP Photo/Jung Yeon-Je)

A Coreia do Norte afirmou ter feito um teste com uma miniatura de bomba de hidrogênio bem-sucedido às 12h (GTM) desta quarta-feira (6), informou a agência de notícias Associated Press. Este é o quarto teste com arma nuclear feito pelo país, no entanto, foi o primeiro realizado com bomba de hidrogênio, que é mais poderosa e pode ser até 50 vezes mais potente que uma bomba nuclear. Antes deste, o país havia realizado testes em 2006, 2009 e o último em fevereiro de 2013.

O Conselho de Segurança da ONU vai se reunir para discutir o teste nuclear, segundo a France Presse e a CNN.

"Após o pleno sucesso da nossa bomba H histórica, nos juntamos ao grupo dos Estados nucleares avançados", disse a apresentadora da TV estatal, precisando que o teste envolveu um dispositivo em "miniatura".

"Este último teste, produto da nossa tecnologia e da nossa mão de obra, confirma que os recursos tecnológicos que desenvolvemos recentemente são eficientes e provam cientificamente o impacto da nossa bomba H miniaturizada", destacou a apresentadora da TV estatal.

O teste surpresa da bomba H foi autorizado pessoalmente pelo máximo líder norte-coreano, Kim Jong-Un, dois dias antes do seu aniversário, anunciou a TV.

O dirigente norte-coreano deu a entender no mês passado, em uma inspeção a uma unidade militar, que seu país havia concluído a montagem de uma bomba de hidrogênio.

A bomba de hidrogênio ou termonuclear utiliza a fusão do átomo em cadeia e provoca uma explosão mais potente que a chamada bomba atômica, que utiliza a fissão nuclear. A bomba de hidrogênio (fusão) é mais poderosa e mais difícil de construir. Já a bomba A (fissão) é semelhante à utilizada em Hiroshima.

Dúvida
A agência de espionagem sul-coreana, no entanto, contesta que a Coreia do Norte tenha testado uma bomba de hidrogênio, segundo Lee Cheol Woo, integrante do comitê de inteligência do Parlamento, segundo a AP. O tamanho relativamente pequeno da onda sísmica levantou a suspeita. Lee diz que a agência explica que mesmo uma detonação que falhou de uma bomba de hidrogênio poderia ter desprendido.

O anúncio surpresa sinaliza que os esforços para frear o impulso do país para colocar um arsenal nuclear em funcionamento têm sido pouco eficientes.
A Coreia do Norte informou em uma transmissão ao vivo, em sua TV estatal, que o teste foi bem-sucedido.

De acordo com a AP, é provável que um teste com bomba de hidrogênio faça a ONU impor novas sanções à Coreia do Norte.

A Coreia do Sul declarou que o teste nuclear é um "grave desafio" para a paz mundial. O chefe da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes da ONU, que monitora o mundo todo na questão de testes nucleares, diz que, se o anúncio da Coreia do Norte for confirmado seria uma violação do tratado e uma grave ameaça à paz e segurança internacionais.

Reações
O Conselho de Segurança da ONU vai se reunir para discutir o teste nuclear, segundo a France Presse e a CNN. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, qualificou o teste de "grave desafio" e "ameaça séria" à região.

"Condeno firmemente" este teste, declarou Abe à imprensa. "A prova nuclear realizada pela Coreia do Norte é uma séria ameaça à segurança do nosso país e não podemos, absolutamente, tolerar isto".

O premier japonês qualificou o teste de "grave desafio aos esforços internacionais de não proliferação" de armas nucleares.

A China, a Austrália e a França também condenaram o teste. Principal aliada da Coreia do Norte, a China afirmou que o teste representa um desafio à comunidade internacional e pediu que o país suspenda atos que provoquem uma escalada de tensão na região.

O ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Julie Bishop, afirmou em comunicado que "confirma o status da Coreia do Norte como um Estado pária e uma contínua ameaça à paz e à segurança internacional".

Já o presidente francês, François Hollande, disse em um comunicado que "a França condena esta violação inaceitável das resoluções do Conselho de Segurança e apela a uma forte reação da comunidade internacional".

Antes do anúncio
Autoridades sul-coreanas afirmaram por volta de 1h (horário de Brasília) desta quarta terem detectado um "terremoto artificial" – com ação humana – perto do principal local de teste nuclear da Coreia do Norte. Os governos da China, do Japão e da Coreia do Sul suspeitavam que fosse forte indício de que a Coreia do Norte – país com armas nucleares – poderia ter realizado seu quarto teste atômico. A suspeita foi confirmada por votla de 1h30, em anúncio feito pela Coreia do Norte.

O sismo teve magnitude de 5.1. O terremoto, registrado por volta da meia-noite (horário de Brasília), ocorreu na zona de um sítio de testes nucleares da Coreia do Norte, anunciou o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS), o que indicaria uma nova prova atômica por parte de Pyongyang.

O Instituto Geológico explicou que o epicentro do tremor foi registrado no nordeste da Coreia do Norte, a cerca de 50 km de Kilju, na mesma zona onde se encontram instalações nucleares norte-coreanas, informou a agência de notícias France Presse.

O instituto norte-americano mediu a magnitude da atividade sísmica em 5,1 em seu site. Um funcionário da agência meteorológica da Coreia do Sul disse que acreditava que o terremoto foi provocado artificialmente, sem entrar em detalhes, e originou 49 km (30 milhas) ao norte de Kilju, a área nordeste onde local de teste nuclear principal da Coreia do Norte está localizado. O país realizou as três detonações atômicas anteriores lá.

Funcionários do governo sul-coreano não puderam confirmar imediatamente se o abalo sísmico ocorreu devido a uma explosão nuclear ou a um terremoto natural, de acordo com informações da agência e notícias AP.

A Coreia do Norte realizou seu terceiro teste nuclear em fevereiro de 2013. Um teste confirmou que marcaria mais um grande passo em direção à construção de uma ogiva pequena o suficiente para ser montado em um míssil capaz de atingir a costa do continente americano.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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