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Protestos após execução atingem embaixada da Arábia Saudita

Após ser invadido e vandalizado por manifestantes, prédio da embaixada da Arábia Saudita em Teerã, no Irã, é visto com fumaça saindo das janelas (Foto: Atta Kenare / AFP)

Manifestantes invadiram a embaixada da Arábia Saudita em Teerã, no Irã, em protesto contra a execução de um líder xiita e outras 46 pessoas acusadas de envolvimento com terrorismo.

Segundo a agência de notícias AFP, os manifestantes quebraram móveis e colocaram fogo em alguns pontos da embaixada, mas a polícia conseguiu retirar os manifestantes do prédio após a invasão.

Execução
A Arábia Saudita executou neste sábado (2) 47 pessoas condenadas por "terrorismo", incluindo jihadistas sunitas da Al-Qaeda e o clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, uma importante figura do movimento de contestação contra o regime, anunciou o ministério do Interior. A execução causou protestos entre os árabes xiitas.

O Irã, potência xiita cujas relações com a Arábia Saudita são tensas, imediatamente reagiu às execuções, prometendo que Riad pagará "um preço alto" pela morte do xeque Nimr al-Nimr, segundo a France Presse.

"O governo saudita apoia movimentos terroristas e extremistas, e ao mesmo tempo utiliza a linguagem da repressão e a pena de morte contra seus opositores internos (…) pagará um preço alto por essas políticas", declarou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Jaber Ansari.

O país também convocou um diplomata saudita para protestar contra a morte do clérigo, de acordo com a Reuters.

O grupo xiita libanês Hezbollah condenou a execução em declarações citadas pela TV oficial do Hezbollah al-Manar e pela Al Mayadeen TV. A "verdadeira razão" para a execução foi "que o xeque Nimr exigiu os direitos dissipados de um povo oprimido", disse o grupo em um comunicado, aparentemente se referindo à minoria xiita da Arábia Saudita, de acordo com a Reuters.

O sobrinho do xeque, Ali al-Nimr, menor de idade no momento da sua detenção, não está entre os executados, que geralmente são decapitados com sabre.

Os condenados – 45 sauditas, um egípcio, um chadiano – foram executados em doze cidades do reino, indicou o ministério do Interior em um comunicado oficial.

Eles haviam sido condenados, segundo as autoridades, por diferentes casos, incluindo por ter aderido a ideologia radical "takfiri" (termo geralmente utilizado para se referir a grupos radicais sunitas), por juntar-se a "organizações terroristas" ou ter participado de "conspiração criminosa".

O xeque Nimr al-Nimr, de 56 anos, crítico ferrenho da dinastia sunita Al-Saud, foi um dos líderes de um movimento de contestação que eclodiu em 2011 no leste da Arábia Saudita, cuja população é majoritariamente xiita.

Esta comunidade, que está concentrada na Província Oriental, queixa-se de ser marginalizada neste país predominantemente sunita.

A execução do xeque poderia provocar fortes reações nesta região, segundo especialistas.
Para o irmão do líder religioso, Mohammed al-Nimr, "esta ação provocará a cólera dos jovens" xiitas na Arábia Saudita. "Espero que aja um movimento de contestação pacífico", acrescentou.

O xeque Nimr tinha sido condenado à morte em outubro de 2014 por "motim", "desobediência ao soberano" e "porte de armas" por um tribunal de Riad especializado em casos de terrorismo.

Fonte: G1

Redação

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