Cidades

Boldrini participa de reconstituição da morte da mãe de Bernardo

Frente de prédio onde fica consultório de Boldrini amanheceu com faixas pedindo justiça (Foto: Jonas Campos/RBS TV)

A reconstituição da morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, começou na terça-feira (15) em Três Passos, município do Noroeste do Rio Grande do Sul, e continua nesta quarta (16). A expectativa é pela presença do médico Leandro Boldrini, ex-marido dela e pai do garoto, que volta à cidade para participar.

A reconstituição está marcada para começar às 8h30 e vai contar com a participação de quatro testemunhas. Preso acusado pela morte do filho, Boldrini será levado da Penitenciária de Charqueadas, na Região Carbonífera, até Três Passos. A secretária dele na época, Andressa Wagner e mais outra testemunha também vão participar.

O processo faz parte da nova investigação que iniciou em maio deste ano. A pedido da família de Odilaine, a Justiça determinou a abertura do caso para apurar se a morte dela, em 2010, foi mesmo suicídio, versão concluída pela polícia e contestada pela família.

No primeiro dia, a recomposição durou cerca de três horas. A primeira etapa foi realizada no consultório de Boldrini, onde Odilaine foi encontrada morta. O local fica no Centro Clínico São Matheus. Cinco testemunhas, todas pacientes que estavam no consultório, relataram os fatos.

Elas foram ouvidas pela polícia e pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) e depois reproduziram a versão apresentada no depoimento. Em um dos momentos, os peritos e testemunhas vieram até a calçada em frente ao prédio para mostrar por onde Boldrini teria saído logo após o tiro.

Tudo foi gravado e fotografado pelos peritos. Um forte esquema de segurança foi montado, as ruas próximas foram interditadas e o prédio foi isolado para o andamento do trabalho. Na frente do edifício, faixas e cartazes com fotos de Odilaine e do filho Bernardo foram colocadas pela comunidade, pedindo justiça.

Após a realização dos trabalhos, o delegado responsável pelo caso, Marcelo Lech, afirmou que pediu a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito, que deverá ficar para 2016. "Neste ano, é certo que não dá [para concluir a investigação], porque ainda temos testemunhas para serem ouvidas e mais diligências", afirmou o delegado.

A mãe de Bernardo teria se suicidado dentro do consultório com um tiro, segundo a investigação inicial do caso, em 2010. Mas a versão é contestada pela família da mulher e o inquérito foi reaberto em maio deste ano. Ao todo, 50 testemunhas já foram ouvidas. Novas perícias na arma do crime e na carta supostamente deixada pela mãe de Bernardo foram solicitadas e o corpo dela foi exumado.

Corpo foi exumado em agosto de 2015
O corpo de Odilaine Uglione foi exumado na manhã de 11 de dezembro em Santa Maria. Em maio, a Justiça determinou, a pedido da família de Odilaine, a reabertura da investigação sobre a morte dela. Desde a morte de Bernardo, em abril do ano passado, a família de Odilaine tenta provar que ela também foi morta por Leandro Boldrini.

O pai do Bernardo está preso pelo assassinato do menino. Também são acusados a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Eles respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, entre outros crimes.

Fonte: G1

Redação

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