tudantes desocupam a escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, na zona oeste de São Paulo. (Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo)
O número de escolas estaduais de São Paulo ocupadas por estudantes caiu novamente nesta terça-feira (10), segundo balanço da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. No período da tarde, a pasta contabilizava 57 unidades de ensino ocupadas. Já o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) diz que o número do último balanço é de 63 escolas. Durante o período de maior ocupação, mais de 200 escolas chegaram a ser tomadas pelos alunos.
Os estudantes começaram a deixar os colégios no início da semana passada após o anúncio do governo paulista, no dia 4, que decidiu suspender do plano de reorganização das escolas estaduais. Muitos estudantes decidiram continuar ocupando as escolas exigindo que o governo nunca mais retomasse o projeto de reorganização escolar.
O governador Geraldo Alckmin disse que em 2016 a proposta será amplamente discutidas com pais, alunos e professores em todo o estado. Os alunos podem continuar nas escolas onde estão e a matrícula será automática.
Como não existe uma liderança única, a decisão de sair é dos alunos de cada escola.
Por conta da suspensão da reorganização escolar, o início do ano letivo de 2016, que estava previsto para 1º de fevereiro, foi adiado para 15 de fevereiro.
Escolas são vítimas de vandalismo
Algumas escolas foram alvo de vandalismo após a suspensão da reorganização escolar. Em Osasco, duas escolas foram vandalizadas, a E. E. Coronel Antônio Paiva de Sampaio e a E. E. Francisca Lisboa Peralta.
Em São Carlos, a E. E. Maria Ramos, que ficou ocupada durante 20 dias por estudantes em protesto contra a reorganização escolar, foi alvo de vandalismo, em São Carlos (SP). Os alunos deixaram o local nesta segunda-feira (14) e a direção da escola encontrou documentos queimados, armários revirados e pichações. A Polícia Militar identificou um suspeito, mas não informou se era algum aluno.
Suspensão
O governador Geraldo Alckmin suspendeu no dia 4 a reestruturação afetaria mais de 300 mil alunos. Na mesma data também foi divulgado pelo instituto Datafolha que o governador teve seu índice de popularidade mais baixo, com apenas 28% de aprovação.
No sábado (5), um decretou oficializou o adiamento das mudanças. Durante os protestos, a Polícia Militar (PM) foi criticada por agir com truculência com os estudantes que interditaram vias públicas da capital paulista.
Alckmin disse que irá dialogar com pais e alunos no ano que vem a respeito da reorganização da rede de ensino estadual e que os estudantes permanecerão em suas unidades em 2016.
Após o governador suspender a reforma da rede de ensino, o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, pediu para deixar o cargo. A carta com o pedido de demissão foi entregue ao governador, que aceitou a decisão de Voorwald. Alckmin deve anunciar o nome do novo secretário no início desta semana.
O governo paulista defende que a reorganização vai melhorar o ensino. Os alunos, porém, contestam e reclamam que não foram ouvidos pelo governo sobre as mudanças e sobre o fechamento das unidades onde estudam. Em protesto, eles passaram a ocupar, desde 9 de novembro, escolas em todo o estado.
Ocupações
Um grupo de estudantes afirmou no dia 6 de dezembro, na Escola Estadual Diadema, que as ocupações e os protestos de rua continuarão. O pronunciamento foi feito por quatro adolescentes, que disseram ainda exigir um pronunciamento "concreto" do governador Geraldo Alckmin sobre o cancelamento da reorganização em uma audiência pública "amplamente convocada".
Os estudantes leram um manifesto na Escola Estadual Diadema, ocupada desde 9 de novembro, e disseram representar os estudantes secundaristas. "Nós, estudantes secundaristas, após o encontro estadual das escolas ocupadas do dia 6 de dezembro, anunciamos que continuaremos na luta, seja ocupando as escolas ou as ruas", disse um deles.
O adolescente afirmou que a força dos estudantes foi provada, "uma vez que o governador teve que recuar com o projeto e o secretário [da Educação, Herman Voorwald] teve que deixar o cargo. Uma grande derrota imposta pelos estudantes", afirmou. Questionados pela GloboNews, os jovens não afirmaram quantas escolas representavam.
Eles também cobraram punições a policiais que tenham "agredido ou ameaçado" os estudantes e o fim dos processos contra alunos, funcionários e professores. O governo de São Paulo não se manifestou sobre as afirmações feitas pelos estudantes neste domingo.
Virada
Na frente de outra escola na Zona Oeste de São Paulo, outro evento chamado Virada Ocupação comemorou os atos dos estudantes e a suspensão da reorganização escolar. A Virada Ocupação acontece em uma praça da Rua Cristiano Viana, no Sumaré. A praça fica em frente à Escola Professor Antônio Alves Cruz, uma das ocupadas por estudantes contrários à reorganização.
A virada foi convocada pela Rede Minha Sampa, que se define como uma rede de alerta e mobilização independente e “em prol de São Paulo”. Segundo a rede, também farão apresentações neste domingo as seguintes bandas e artistas: Maria Gadú, Bárbara Eugênia, Vanguart, Cidadão Instigado, Céu, Pequeno Cidadão, Paulo Miklos, Tiê e André Whoong, Arnaldo Antunes, Vespas Mandarinas, 2 Reis, Pitty, Chico César, Fresno, Bixiga 70, Yiago Iorc, Lucas Santana, Karina Buhr e Metá Metá.
Vários estudantes compareceram ao evento com faixas e cartazes contendo frases bastante usadas por eles nos protestos contra a reorganização das escolas. “Tira a minha escola e eu tiro o seu sossego”, diz um dos cartazes.
Suspensão
O governador Geraldo Alckmin recuou e suspendeu a reestruturação afetaria mais de 300 mil alunos nesta sexta. Na mesma data também foi divulgado pelo instituto Datafolha que o governador teve seu índice de popularidade mais baixo, com apenas 28% de aprovação.
Durante os protestos, a Polícia Militar foi criticada por agir com truculência com os estudantes que interditaram vias públicas da capital paulista.
O tucano disse que irá dialogar com pais e alunos no ano que vem a respeito da reorganização da rede de ensino estadual e que os estudantes permanecerão em suas unidades em 2016.
Após o governador suspender a reforma da rede de ensino, o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, pediu para deixar o cargo. A carta com o pedido de demissão foi entregue ao governador, que aceitou a decisão de Voorwald. Alckmin deve anunciar o nome do novo secretário no início desta semana.
O ex-secretário de Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)
Fonte: G1