Cidades

Preso suspeito de matar filha de 4 anos alega inocência

 

Sophia e Ricardo Najjar em foto retirada de rede social (Foto: Arquivo/ Reprodução/TV Globo)

O autônomo Ricardo Krause Esteves Najjar, de 23 anos, alega ser inocente da suspeita de matar a filha Sophia, de 4 anos, dentro de seu apartamento em São Paulo, informou sua defesa ao G1. Ele está preso temporariamente desde a sexta-feira (4) passada, dois dias após o corpo da menina ter sido encontrado com um saco plástico na cabeça.

A Polícia Civil investiga se o homem assassinou a criança ou se a morte dela foi acidental – a menina poderia ter se sufocado sozinha.
Em entrevista ao G1, o advogado de Ricardo, Marcelo Leal, afirmou que seu cliente tentou reanimar a filha quando a encontrou sem sinais vitais, na quarta-feira (2) passada.

“Ele [Ricardo] disse que o que aconteceu foi uma fatalidade”, falou Leal nesta terça-feira (8). “Segundo ele, estava tomando banho e foi até o quarto e viu a filha caída no chão, com um saco plástico na cabeça. Ele tentou reanimá-la, ligou para o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], que passou orientações de reanimação”.
Ainda de acordo com sua defesa, o autônomo e o próprio Samu, que foi ao apartamento, não conseguiram reanimar Sophia. O advogado diz que o pai está abalado emocionalmente. “Demonstrou profunda emoção com o que aconteceu. Falou que gostava demais da filha”, afirmou o advogado.
Ricardo está detido na carceragem do 77º Distrito Policial, em Santa Cecília, região central da cidade. “Ontem [segunda-feira (7)] tivemos o primeiro contato. Ele se diz inocente”.

Questionado se a defesa vai entrar com algum pedido de liberdade provisória na Justiça para Ricardo, Leal falou que ainda será preciso analisar o inquérito que investiga a morte de Sophia. “Não tivemos acesso ao laudo que embasou o pedido de prisão”, comentou.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) informou que pediu a prisão de Ricardo por encontrar contradições em seu depoimento. “O pedido foi feito após constatação de contradições no depoimento do acusado em relação ao exame necroscópico”, informa trecho da nota da pasta. A Justiça decretou a prisão pelo prazo de 30 dias.

O caso
Sophia Kissajikian Cancio Najjar havia sido encontrada morta, na quarta passada, no apartamento do pai, no Jabaquara, Zona Sul da capital, por uma equipe do Samu. A perícia ainda não divulgou a causa da morte, mas há indícios de que a garota tenha sido asfixiada.

Segundo investigadores disseram ao G1, antes de chamar o resgate, Ricardo ligou duas vezes para o seu pai e uma vez para a namorada. Médicos legistas encontraram marcas no corpo da garota. A perícia vai realizar exames para saber se ela sofreu alguma agressão ou violência sexual. Sophia estava com sangramento no nariz.

Ricardo foi preso na sexta durante o velório de Sophia no Cemitério São Paulo. A família da criança pertence à comunidade armênia.

A prisão foi feita por policiais da 5ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente, do DHPP, que investiga o caso. Um boletim de morte suspeita a apurar foi registrado na delegacia.

A polícia apura se alguém matou Sophia. Peritos não encontraram sinais de arrombamento no local. Como Ricardo seria a única pessoa a estar no apartamento com a filha, a investigação quer amostras de sangue e material genético dele para eventuais comparações com o que foi encontrado na sua filha.

Outra hipótese investigada é a de que a criança teria colocado o saco plástico na cabeça e se sufocado sozinha. O material foi apreendido para análise. Fotos e vídeos de Sophia também estão com a investigação.

Ricardo ficava eventualmente com a filha. A guarda da garota era da mãe, uma estudante de direito, da qual ele é separado.

O pai de Sophia morava no apartamento, na Avenida Jabaquara, com a namorada e a irmã dela. Os três e a mãe de Sophia foram ouvidos pela polícia.
Nesta semana, a investigação quer ouvir uma professora da vítima e uma testemunha que teria visto o pai e a menina sozinhos no imóvel.

Fonte: G1

Redação

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