Celso Luiz Garcia, à esquerda, ao lado de Luiz Barata; secretário-executivo do MME, e Carlos Nogueira, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (Foto: Ingred Suhet/Divulgação DNPM)
O Ministério de Minas e Energia informou na tarde desta quarta-feira (18) que geólogo Telton Elber Correa assumirá, de forma interina, o cargo de diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Ele substitui Celso Luiz Garcia, que pediu demissão no dia anterior alegando problemas de saúde.
A demissão do então diretor ocorreu pouco mais de dez dias após a tragédia desencadeada pelo rompimento da barragem de rejeitos da Samarco em Mariana (MG). Vinculado ao Ministério de Minas e Energia, o DNPM é responsável pela fiscalização das atividades de mineração no país.
Segundo o ministério, Garcia apresentou ao titular da pasta, Eduardo Braga, o pedido de exoneração, “acompanhado de um laudo médico que apontava dificuldades de saúde para a permanência no cargo”. Ele estava no posto desde junho.
Já o substituto é funcionário de carreira do DNPM desde 1984. Atualmente, ele ocupa o cargo de secretário-adjunto da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia.
As barragens da Samarco se romperam no início deste mês, provocando um “tsunami” de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e varreu outros distritos da região central de Minas Gerais. A lama atingiu o Rio Doce, provocando mortandade de peixes e prejudicando o abastecimento de água em cidades banhadas pelo rio.
Danos ambientais
Na terça (17), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o processo de recuperação do Rio Doce, que será elaborado pelo governo em parceria com Minas Gerais e Espírito Santo, poderá levar pelo menos 10 anos. A ministra classificou a tragédia como “a maior catástrofe do país”, após reunião com os governadores dos dois estados, em Brasília.
Até a tarde de segunda-feira (16), 12 pessoas seguiam desaparecidas, sendo nove funcionários da Samarco e três moradores de Bento Rodrigues.
Quatro corpos aguardavam identificação. Sete mortos na tragédia já foram identificados.
Ações de fiscalização após desastre
Na semana passada, o governo federal autorizou o Ministério de Minas e Energia a destinar R$ 9 milhões adicionais ao orçamento do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para a adoção de medidas emergenciais em Minas Gerais, incluindo ações de fiscalização das barragens de mineração do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais.
O ministro Eduardo Braga disse ainda que o governo está contratando emergencialmente 20 novos técnicos especialistas em geotecnia para estudar a região de Minas Gerais e que serão direcionados recursos para fazer a reciclagem e treinamento dos funcionários para envolvimento num plano emergencial de toda a circulação mineral do estado do Sudeste.
Fonte: G1