Mãe e filha foram presas tentando se passar por funcionárias da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e usando o nome do deputado estadual Perry Taborelli (PV) para tentativa de estelionato. As prisões aconteceram na tarde do dia 4 pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema).
As suspeitas, Roberta Valéria Alves, 56 anos, Letícya Luchesy Vieira de Paula, 25 anos, mãe e filha, se passavam por servidoras da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e usavam o nome da Sema, do deputado estadual Taborelli, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, para solicitar apoio, em dinheiro, junto a empresas privadas, para fins de supostas campanhas de divulgação ambiental.
As duas mulheres loiras e de boa aparência foram abordadas depois que deixaram um frigorífico em Várzea Grande. Elas estavam na posse de um cheque no valor de R$ 500 reais e também recibo de outra empresa no valor de R$ 300 reais. A dona do frigorífico confirmou ao delegado Gianmarco Paccola Capoani que as mulheres se identificaram como funcionárias da Sema e que enviaram e-mail solicitado o apoio, usando o nome de uma Ong de nome Global Sol Nascente Ambiental e Ecológico. No endereço da entidade, no bairro Nova Esperança III, em Cuiabá, os policiais encontraram uma casa de alvenaria, com a obra inacabada.
Ong de fachada
O presidente da Ong, de 54 anos, foi conduzido à Delegacia, mas o delegado Gianmarco acredita que ele foi usado pelas mulheres e, por conta disso, deixou de autua-lo no procedimento, sendo ouvido como testemunha. Um advogado, que seria o coordenador da Ong, é apontado como membro do bando e estaria agindo junto com as duas mulheres, na prática de estelionato. O advogado será intimado para prestar esclarecimentos.
Segundo a Polícia Civil, as duas mulheres e o advogado estavam também enganando o presidente da Ong, que seria um senhor humilde e que trabalha como sorveteiro.
Conforme as investigações, as suspeitas usando a Ong, criada apenas no papel, entravam em contado com as empresas, e depois enviava e-mail. Em uma das mensagens assinada por Letícia, que se dizia coordenadora do projeto, foi facilmente identificada como tentativa de fraude pela policia.
O conteúdo dizia: “conforme nos falamos estamos em uma campanha ambiental juntamente com a polícia ambiental trabalhando em um grande projeto de conscientização. Através de palestras nas câmaras municipais escolas iremos distribuir gratuitamente em todo o estado cartilhas educativas. O seu patrocínio irá somar para que seja possível a impressão dessas cartilhas. Deputado Estadual Cel. Taborelli, Associação do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental desde já agradece sua atenção para nosso projeto. Contamos com o patrocínio de R$ 1000,00”.
As logomarcas da Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e o brasão do Estado Mato Grosso foram retiradas da internet pela suspeita e eram usadas para dar aparência de legalidade e reforçar as ações da Ong.
O delegado da Dema, Gianmarco Paccola, informou que o núcleo de inteligência da Dema recebeu denúncia de que duas mulheres, em um Celta preto, que se apresentavam como servidoras do Meio Ambiente, usando camiseta de uma Ong, estavam utilizando o nome de quatro instituições públicas, para arrecadar dinheiro de empresas e pessoas físicas, para supostas campanha de prevenção ao meio ambiente.
Os policiais identificaram empresas nas cidades de Jangada, Sinop, Lucas do Rio Verde, Sapezal e Campo Verde. Todas as empresas serão constatadas pela Polícia para apurar se foram vítimas da quadrilha.
Roberta, mãe de Letícia, tem cargo comissionado na Câmera Municipal de Cuiabá. As duas mulheres estão na sede da Dema, em Cuiabá, onde são finalizados os tramites da autuação em flagrante.
Esclarecimento de Taborelli
Em nota a imprensa o deputado Perry Taborelli disse que não conhece as suspeitas e que apesar de ser defensor do meio ambiente, não possui qualquer projeto de reflorestamento. Além disso, reforçou que irá tomar as medidas pertinentes ao caso.
Veja nota na integra:
Tendo em vista a reportagem publicada na presente data, a qual informa que duas mulheres foram presas na tarde de hoje na cidade de Várzea-Grande/MT, acusadas de estelionato e formação de quadrilha.
Primeiramente informo que não conheço ou possuo qualquer contato profissional ou pessoal com as Senhoras Roberta Valéria Alves, 56 anos, e Letícya Luchesy Vieira de Paula, 25 anos.
Informo ainda que apesar de ser defensor do meio ambiente, não possuo qualquer Projeto de Reflorestamento em parceria com a ONG Global Sol Nascente – O.S.N.
Ante o exposto, aproveito o ensejo para informar que tomarei as providências de praxe, solicitando às autoridades competente investigação e encaminhamento de denúncia.