A inflação em setembro ficou em 0,54%, o que representa uma ala percentual de 0,32 ponto percentual em relação a agosto, quando tinha sido de 0,22%. No acumulado em 12 meses, chega a 9,49%, estourando o limite máximo da meta do governo.
Em setembro de 2014, a inflação tinha sido de 0,57%.
No acumulado de 2015, a inflação ficou em 7,64%, acima dos 4,61% em igual período do ano passado e também acima do teto da meta do governo. É o maior valor registrado no acumulado de janeiro a setembro desde 2003, quando atingiu 8,05%.
A meta do governo é de manter a inflação em 4,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, entre 2,5% e 6,5%.
Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram divulgados nesta quarta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Vilão da vez foi o botijão de gás
O vilão da alta de preços em setembro foi o botijão de gás, importante na despesa das famílias, que respondeu por cerca de um quarto do índice.
O gás para uso residencial ficou 12,98% mais caro nos pontos de distribuição para o consumidor, percentual inferior ao reajuste de 15% autorizado pela Petrobras nas refinarias, com vigência a partir de 1º de setembro.
Em algumas regiões pesquisadas o preço do produto aumentou bem menos do que o reajuste concedido pela Petrobras, de 15%. Por exemplo, no Rio de Janeiro, a alta ficou em 9,49%.
Em outras, porém, o preço superou em muito o reajuste. É o caso de Vitória, onde atingiu 20,08%; em Goiânia, foi de 19,68%; e em Brasília, onde atingiu 19,23%.
Cebola fica 19% mais barata no mês
A cebola, que já figurou entre as maiores altas de preço neste ano, ficou 18,85% mais barata de agosto para setembro. Mesmo assim, a cebola acumula alta de 89,95% de janeiro a setembro e de 76,68% em 12 meses.
Outro antigo vilão, o tomate também ficou mais barato no último mês: queda de 13,86% no preço. No acumulado deste ano, ainda mantém avanço de 5,99% e, em 12 meses, de 12,84%.
Por outro lado, a batata-inglesa subiu 7,26% de agosto para setembro. De janeiro a setembro, a alta é de 13,93%; e 12 meses, de 69,1%.
No geral, os alimentos consumidos em casa tiveram leve queda, de 0,05%. Já os consumidos fora de casa subiram 0,77%.
Curitiba, Goiânia e Porto Alegre: inflação passa de 10% em 12 meses
Em três capitais brasileiras, a inflação acumulada em 12 meses supera os 10%. Em Curitiba, chega a 11,12%. Em Goiânia, a 10,74%. E em Porto Alegre, a 10,51%.
Já Vitória, Salvador e Belém registram a menor alta de preços nos últimos 12 meses: 8,1%, 8,13% e 8,13%, respectivamente.
Inflação e juros
A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos.
A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.
Na última reunião, o BC manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%, interrompendo uma sequência de sete altas.
Essa taxa de juros é a mais alta desde agosto de 2006, quando ela também estava em 14,25%.
Fonte: UOL