As negociações para por fim à rebelião na unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II), no norte do Paraná, que começou por volta das 10h40 desta terça-feira (6), foram suspensas na noite desta terça-feira (6). Segundo o diretor do Departamento de Execuções Penais (Depen), Luiz Alberto Cartaxo Moura, as conversas para a liberação dos presos estão avançadas, mas foram interrompidas devido ao horário.
"As negociações avançaram em várias pautas dos presos", diz Moura. De acordo com ele, os trabalhos para a liberação dos reféns devem ser retomados na manhã de quarta-feira (7). Moura acredita que a situação esteja resolvida nas primeiras horas da manhã.
O capitão da Polícia Militar, Marcos Tordoro, informou que ao menos dez detentos são feitos reféns. O grupo faz parte da Ala Seguro, onde ficam condenados por violência sexual. Durante a tarde, dois homens ficaram feridos após pularem um dos muros da penitenciária. Eles foram levados para um hospital de Londrina e passam bem.
Mais de 1.000 presos da PEL II se rebelaram no início da manhã. Parte dos detentos ocuparam uma das galerias e conseguiram ter acesso a outras alas da penitenciária.
Eles subiram em telhados e queimaram colchões. No início da tarde, todas as 31 galerias do presídio foram tomadas pelos rebelados.
Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estiveram na PEL II durante a tarde, e constataram que os rebelados reclamam das más condições dentro da unidade. Segundo a OAB, os presos querem a troca de diretor da penitenciária. Conforme a Polícia Militar, os detentos alegam que a direção da penitenciária é muita rígida.
Durante a noite desta terça-feira, os detentos ainda estão em cima dos telhados, com reféns amarrados. Ainda há muito fogo e fumaça saindo das galerias. A energia elétrica foi cortada e apenas a sirena do carro do Corpo de Bombeiros é usada para acompanhar a movimentação em cima da unidade.
Atualmente, 1.140 pessoas estão presas na Unidade II, em um espaço projetado para 928, segundo o Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen).
Fonte: G1