Fábrica da GM em Gravataí, RS (Foto: Divulgação)
A produção de carros, caminhões e ônibus caiu 18,2% em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta sexta-feira (4) a associação das fabricantes de veículos, Anfavea.
Em agosto deste ano, foram fabricados 216.465 veículos, contra 264.626 unidades no mesmo mês de 2014. Comparando com julho de 2015, o recuo foi menor, de 3,5%. Naquele mês, foram montados 224.252 carros, caminhões e ônibus.
De janeiro a agosto, 1.730.708 veículos saíram das fábricas, um volume 16,9% menor do que no mesmo período de 2014.
Produção continuará caindo
A queda na produção é resultado de medidas das empresas para reduzir o volume por causa da baixa nas vendas no mercado brasileiro. Os licenciamentos caíram 23,9% em agosto, na comparação anual, o que já havia sido adiantado pela Fenabrave na última quarta-feira (2). Na comparação mensal, o recuo foi de 8,9%.
"Parte da queda (na produção) se deve ao ajuste de estoque", diz o presidente da Anfavea, Luiz Moan. Mesmo assim, o estoque de veículos em pátios e lojas subiu para 52 dias. Por isso, o executivo acredita que a produção continuará reduzida em setembro e outubro.
Para frear a produção, as montadoras lançam mão de medidas como férias coletivas e lay-off, que é a suspensão temporária de contratos por até 5 meses. A Ford, por exemplo, vai parar a produção em São Bernardo do Campo (SP) por determinados períodos neste mês de setembro. A Fiat tem 3 mil funcionários parados em Betim (MG) desde o último dia 24, e eles só voltam no próximo dia 14.
Segundo a Anfavea, 27,4 mil funcionários de montadoras estarão em férias coletivas ou lay-off em setembro.
Empregos
Em agosto, a indústria automotiva empregava 134.312 pessoas, quase 10% a menos que 1 ano antes e 1% a menos que em julho. O nível de emprego no setor continua o mais baixo desde 2012, que é de quando são os dados mais antigos, e revisados, da Anfavea.
Recentemente, duas fabricantes voltaram atrás na decisão de fazer mais demissões. A Mercerdes-Benz cancelou 1.500 cortes na fábrica de São Bernardo do Campo, onde produz caminhões e ônibus, e decidiu se tornar a primeira montadora a aderir ao Plano de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal, que permite a redução de salários e da jornada de trabalho por até 1 ano, desde que a empresa comprove dificuldades financeiras e haja concordância dos funcionários.
A Volkswagen também desistiu de demitir 43 trabalhadores em Taubaté, onde produz o Up!, além de Gol e Voyage.
Fonte: G1