Internacional

Tia de meninos sírios que morreram em praia mostra fotos da família

Tima Kurdi, tia de Aylan e Galip, mostra fotos dos sobrinhos em sua casa no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)

Tima Kurdi, tia de Aylan Kurdi, a criança síria de 3 anos que morreu afogada junto com seu irmão e sua mãe quando tentavam atravessar o Mediterrâneo fugindo da Síria, declarou nesta quinta-feira (3) que considera o governo canadense "e o mundo inteiro" responsáveis pela morte de seus familiares.

A foto de Aylan morto na praia após o naufrágio do barco onde estava na quarta-feira (2) se tornou uma das mais representativas da crise migratória na Europa.

Tima, que chegou ao Canadá em 1992, chorou durante uma entrevista coletiva que concedeu em sua casa em Coquitlam, na província da Colúmbia Britânica, e mostrou fotos de Aylan e seu irmão de 5 anos, Galip.

Pedido de asilo
Ela disse que ajudou financeiramente a família do irmão para que eles fossem aceitos como refugiados pelo governo canadense. Segundo ela, o Canadá rejeitou o pedido de refúgio por "um documento".

"Eles não mereciam morrer, não mereciam. Estavam indo para uma vida melhor. Isso não devia ter acontecido. Não devia ter acontecido com eles", disse.

Tima Kurdi se referiu várias vezes aos seus dois sobrinhos e contou que há duas semanas eles tinham pedido uma bicicleta. "Pobrezinhos, nunca tiveram uma boa vida."

"Honestamente, não quero só responsabilizar o Canadá. Estou responsabilizando todo o mundo por não ajudar o suficiente aos refugiados e por não parar esta guerra. E sei que o podem fazer. Se ninguém financiar os rebeldes, a guerra parará", afirmou.

A cidadã sírio-canadense afirmou que, pouco antes de seus familiares tentarem abandonar a Turquia em uma embarcação com destino à Grécia, falou por telefone com sua cunhada Rehan Kurdi. Segundo Tima, ela confessou ter dúvidas sobre a viagem. "Estou tão assustada com a água. Não sei nadar", teria dito Rehan Kurdi.

Pai sobreviveu
O pai de Aylan e Galip, Abdullah Kurdi, sobreviveu ao naufrágio e disse nesta quinta que seus filhos "escorregaram de suas mãos". 

"Tínhamos jalecos salva-vidas, mas o barco afundou porque várias pessoas se levantaram. Carreguei a minha mulher nos braços. Mas meus filhos escorregaram das minhas mãos", contou ele.

Abdullah disse que a família pagou para atravessar da Turquia para a ilha grega de Kos duas vezes.

“Numa delas, os guardas nos pararam. Aí fomos libertados. Da segunda vez, os organizadores não cumpriram com a promessa e não trouxeram o barco. Então conseguimos um barco por nossos próprios meios", relatou à agência turca Dogan.

"Mas, depois de navegarmos 500 metros, começou a entrar água no barco. Nossos pés ficaram molhados. Criou-se um pânico, e quando as pessoas tentaram ficar de pé, a situação piorou", disse.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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