O prefeito cassado de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), sofreu uma nova derrota no Tribunal Eleitoral de Mato Grosso, na manhã desta segunda-feira (17). Por unanimidade os juízes da 58ª Zona Eleitoral de Várzea Grande decidiram por denegar o pedido do irmão do ex-prefeito Josias dos Santos Guimarães, que tinha o objetivo de anular as provas da ação que cassou o mandato de Walace.
A decisão seguiu o voto do relator do recurso, o juiz membro Lídio Modesto, que acatou parecer do Ministério Público Eleitoral. O irmão de Walace usou o “fundamento de que a eventual decisão condenatória não atingiria o ora Embargante, haja vista que a Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE foi proposta em desfavor, apenas, dos candidatos eleitos aos cargos de prefeito e de vice”, disse trecho da decisão.
Josias tentava anular as informações que continham na quebra de sigilo bancário de sua conta. Esses dados e de outras contas de pessoas próximas a Walace resultou na ação que cassou o prefeito. Esta já é a segunda vez que o irmão tenta anular essas informações, tirando assim o poder da decisão que levou a queda de Guimarães na Prefeitura de Várzea Grande.
Contudo a intepretação do TRE foi de que não houve guarida para as alegações de suspensão da ação. “Na espécie, os argumentos trazidos pelo Embargante não merecem guarida, haja vista que o acórdão guerreado não contém nenhuma omissão, conforme por ele asseverado, mas, ao contrário, está em consonância com o ordenamento jurídico pátrio”, argumentou o magistrado.
Investigação
O prefeito cassado de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB) foi cassado em maio deste ano por suposto envolvimento em 'caixa 2', abuso de poder, fraude em prestação de contas e compra de votos. Conforme relatório pericial realizado pela empresa Suporte Empresarial, a pedido do diretório municipal do DEM – anexada à ação de investigação eleitoral, após quebra de sigilo bancários do gestor autorizada pela Justiça Eleitoral, a estimativa em ‘Caixa 2’ movimentado pelo prefeito, durante sua campanha, chega a R$ 2 milhões.
Entre os pagamentos “suspeitos” estão a diferença entre os valores pagos e declarados de R$ 33,3 mil em combustíveis por meio da intermediação da empresa de propriedade do secretário de Finanças de Várzea Grande, que também foi um dos coordenadores de campanha do Walace, Mauro Sabatini Filho, e outros R$ 192,4 mil em material gráfico à empresa do ex-presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Evandro Gustavo Pontes e Silva.
O relatório aponta também que Walace, e o vice Wiltinho Coelho (PR), usaram uma espécie de triangulação para forjar cerca de R$ 350 mil em doações que, na verdade, foram realizadas pelo irmão do peemedebista, Josias Guimarães.