O nível de água do Sistema Cantareira caiu pela segunda vez seguida nesta terça-feira (21), indo de 19,1% para 19%, segundo dados divulgados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Mais uma vez, apenas um sistema que abastece a Grande São Paulo registrou chuva, em quantidade muito pequena (0,2 milímetro). No acumulado do mês, o Cantareira acumulou 59% da precipitação prevista.
Como também havia ocorrido na segunda, os seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo tiveram queda em seus volumes.
O Sistema Alto Tietê, o terceiro em número de clientes, ficou para trás do Cantareira, com volume de 18,9%. Acompanhe o nível de outros reservatórios.
Chuvas
O Cantareira, que abastece 5,3 milhões de pessoas na Grande São Paulo, terminou junho com menos chuvas que o previsto, a exemplo do que também ocorreu em abril e maio. A chuva do mês passado também não foi boa para os demais reservatórios que abastecem a Grande São Paulo. Com exceção do Sistema Rio Claro, que recebeu mais que o dobro do previsto, todos os demais ficaram abaixo do esperado.
O Guarapiranga, hoje o principal sistema da Grande São Paulo, com 5,6 milhões de pessoas atendidas, registrou 27,2 mm de precipitação em junho, pouco mais da metade do esperado.
O governador Geraldo Alckmin voltou a descartar a implantação de um racionamento, mas a crise hídrica ainda não chegou ao fim. O Cantareira terminou a estação chuvosa, encerrada em maço, com apenas a segunda cota do volume morto recuperada, ou seja, a primeira cota ainda não foi reposta e o manancial segue operando no vermelho.
Abastecimento
O Sistema Cantareira, que já foi o principal da Grande São Paulo, atendendo 8,8 milhões de pessoas, teve uma nova redução no número de clientes, passando de 5,4 milhões para 5,3 milhões, informou a Sabesp.
Os 200 mil clientes tirados do Cantareira foram incorporados pelo Sistema Rio Claro, que abastece 1,5 milhão de pessoas na Grande São Paulo. Isso foi possível após a conclusão, no dia 30 de maio, de uma ligação entre duas adutoras na Vila Ema, Zona Leste.
Com a obra, os bairros da Mooca, São Mateus, Vila Formosa, Vila Alpina e Sapopemba passam a ser atendidos prioritariamente pelo Sistema Rio Claro, que agora responde por 80% da água fornecida. Os demais 20% ficaram com o Cantareira.
Até 2013, antes da crise, a proporção era inversa: o Cantareira fornecia cerca de 80% da água consumida nesses locais, contra 20% do Sistema Rio Claro.
Índices
O índice de 19,0% do Cantareira divulgado pela Sabesb considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água. Após ação do Ministério Público, aceita pela Justiça, no entanto, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.
O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira. Nesta terça, ele era de 14,7%. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reservatécnica pelo volume útil. Nesta segunda, o índice era de -10,2%.
Fonte: G1