Um grupo de 36 noivas do Distrito Federal prestou queixa na Polícia Civil nesta sexta-feira (8) contra um decorador que, alegando “rescisões contratuais”, suspendeu os serviços para os quais havia sido pago e viajou para Paris. O prejuízo às noivas já passa de R$ 1 milhão, segundo a polícia. Até a tarde deste sábado (9), outras 12 mulheres também haviam registrado ocorrência.
De acordo com as vítimas, o empresário Crisanto Galvão Neto enviou uma carta às noivas dizendo que devolveria o dinheiro recebido, mas sumiu e não restituiu os valores. Registros da Polícia Federal apontam que Galvão Neto embarcou para a capital francesa na última quarta feira (6).
A delegada-chefe da 3ª DP, Cláudia Alcântara, disse que o número de vítimas pode chegar a cem. De acordo com ela, o empresário era policial militar, estava afastado e voltou ao serviço em abril deste ano. Desde então está de licença médica. Ela não soube dizer o motivo do afastamento. Segundo a PM, Galvão pediu afastamento sem remuneração há três anos para cuidar de assuntos pessoais.
Cláudia afirmou que ele enviou uma carta às noivas na tarde desta sexta “pedindo desculpas” e dizendo que, por conta da situação financeira do país, teve de cancelar os contratos. O decorador afirmou ainda na carta que estava em depressão.
A delegada disse que ele não é considerado foragido, mas pode responder por estelionato e pegar de 1 a 5 anos de prisão por cada ocorrência registrada.
Vítimas
A administradora Cristina Leal, uma das vítimas, disse que tinha uma reunião com o empresário no dia em que ele foi para Paris. “Anteontem [quarta-feira] eu liguei para ele para falar sobre o contrato, e ainda brinquei se podia dormir tranquila. Ele respondeu que sim e que a decoração [da festa] seria um sucesso.”
A empresa do decorador funcionava em uma loja na quadra 303 do Sudoeste. Nesta sexta-feira (8), a porta estava trancada e não havia nenhuma identificação. A informação dos vizinhos da empresa é que os funcionários foram dispensados na última quinta-feira e ninguém voltou ao local depois disso.
Para a jornalista Ana Paula Roriz, será um trabalho a mais a poucos meses do casamento. “Vou ter que procurar outro decorador, fazer orçamento. Nem sei se vou ter dinheiro para pagar.”
Fonte: G1