Economia

‘Não significa nada’, diz ministério sobre risco de 5% de faltar

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse nesta quinta-feira (6) que a informação de que risco de faltar energia no país em 2015 chegou a 5%, máximo tolerado pelo governo e que foi divulgado no dia anterior pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), “não significa nada”. De acordo com ele, não há chance de racionamento no ano que vem.

“Não existe [risco de déficit de energia no país] fora daquilo que o sistema é planejado, que se trabalha com o planejamento do sistema”, disse Zimmermann, que participa nesta quinta de um evento da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), em Brasília.
Ele apontou que só será possível calcular o real risco de faltar energia no país ao fim da época de chuvas mais intensas, que começa em novembro e termina em abril do ano que vem. Nesse período, a tendência é que os reservatórios voltem a se encher. Em 2014, porém, choveu menos que o necessário, o que trouxe crise ao setor elétrico e temores de um novo racionamento.

“O risco só se calcula ao final da estação chuvosa, em abril”, disse o secretário-executivo. “Falei que não significa nada [o risco de 5%] porque quando eu calculo no final de abril, aí sim, aquele é o que eu digo estruturalmente”, completou ele, que ainda afirmou que o informação divulgada pelo CMSE “não é o IPCA”, índice de inflação oficial.

CMSE

No final da tarde desta quarta (5), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) divulgou que o risco de faltar energia no país em 2015 atingiu 5%, o nível máximo tolerado pelo governo. Por conta disso, o colegiado voltou a admitir que “ações conjunturais específicas podem ser necessárias” para garantir o atendimento da demanda por eletricidade, mas não explicou quais.

O risco de 5% de déficit de energia é para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 70% da capacidade de geração de energia do país, e onde os reservatórios de hidrelétricas sofrem com a falta de chuvas – na terça-feira (4), o nível médio de armazenamento de água era de 18,3 %, índice mais baixo que o registrado nessa mesma época em 2001, quando o país passava por racionamento.

Foi a primeira reunião do CMSE após as eleições. No encontro passado, realizado no início de outubro, a previsão era de que o risco de faltar energia no Sudeste e Centro-Oeste em 2015 era de 4,7%.
Na região Nordeste, onde os reservatórios também sofrem com a estiagem, o risco de faltar energia em 2015 é hoje de 0,7%, de acordo com o CMSE. Para 2014, o atendimento da demanda está garantido em todo o país.

Chuvas abaixo do normal

O CMSE informou ainda que em outubro choveu abaixo do normal no Sudeste e Centro-Oeste (64% da média histórica) e no Nordeste (36% da média histórica), o que contribuiu para o agravamento da situação dos reservatórios nessas regiões.

Apesar disso, o comitê afirma que “o sistema elétrico brasileiro apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instaladas no país, que continua sendo ampliada com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações.”

O CMSE vem monitorando a situação do sistema elétrico brasileiro por conta da queda no volume de água armazenado pelos reservatórios das principais hidrelétricas. Para poupar água, o país aumentou a produção de energia pelas termelétricas – usinas movidas a combustíveis como gás e óleo, e que geram energia mais cara e encarecem as contas de luz.

No início de 2014, houve temor de que o país pudesse passar por um novo racionamento, como o que ocorreu em 2001. O governo, porém, vem negando o risco de faltar energia para atender à demanda.

G1

Redação

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