Após as declarações do juiz da 3ª Vara de Fazenda Pública, Alexandre Elias Filho, que levantou a hipótese de interdição do centro cirúrgico do Pronto Socorro de Várzea Grande, a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, receosa com a situação, afirmou que o hospital público da Capital já opera com o seu quadro máximo de internação, sem possibilidade de abertura de novos leitos.
Conforme vistoria realizada no último dia 22, no Pronto Socorro da cidade vizinha à Capital, os representantes de Justiça Estadual identificaram uma série de irregularidades que podem causar o fechamento do local.
No relatório elaborado, o juiz Alexandre Elias Filho estipulou um prazo de 10 dias para que a Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros e os conselhos de Medicina e de Enfermagem, apresentem relatórios circunstanciados a respeito do hospital. O magistrado não descartou a possibilidade da interdição do Pronto Socorro do município, caso necessário.
Cientes da possibilidade da migração de mais pacientes para o pronto socorro da capital, a secretaria fez um apelo às autoridades estaduais, Ministério Público e Poder Judiciário, bem como à prefeitura do município vizinho, para que encontrem uma solução urgente para o caso do Pronto Socorro de Várzea Grande.
Em nota, a secretaria afirmou que dos 240 pacientes internados no hospital nesta data, 130 (54%) são de Cuiabá, enquanto 110 (46%) são oriundos de outras cidades do interior de Mato Grosso.
Especificamente no caso de cirurgia ortopédica, estão internados hoje no Pronto Socorro de Cuiabá, 53 pacientes, sendo 30 (56%) de Cuiabá e 23 (44%) de outras cidades do interior do Estado.
“Embora atenda no regime de ‘porta aberta’, não recusando pacientes de nenhuma natureza ou origem, o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá está com sua capacidade de atendimento já comprometida, não dispondo de nenhuma condição técnica e operacional para absorver a demanda proveniente do fechamento do centro cirúrgico do Pronto Socorro de Várzea Grande”, diz trecho de esclarecimento.