A Coreia do Norte vai impedir a entrada de estrangeiros em viagens turísticas a partir de sexta-feira (24) por causa de preocupações sobre a propagação do vírus do ebola, disseram à Reuters operadores de pacotes turísticos para o isolado país.
Pelo menos 4.877 pessoas morreram no pior surto mundial da doença registrado até hoje, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em um total de 10 mil casos detectados até 19 de outubro, embora o verdadeiro número possa ser três vezes maior.
Não ficou imediatamente claro se a proibição norte-coreana também abrange os membros não-turísticos da comunidade diplomática e comercial com laços com Pyongyang.
"Acabamos de receber notícia oficial de nossos parceiros na RPDC, segundo as quais a partir de amanhã os turistas de qualquer país, independentemente de onde eles estiveram recentemente, não terão a entrada permitida", disse Gareth Johnson, da Young Pioneer Tours, uma empresa do setor de turismo que tem sede na China e organiza passeios na Coréia do Norte.
RPDC é o nome oficial da República Popular Democrática da Coreia (do Norte).
A mídia estatal da Coreia do Norte informou nesta quinta-feira (23) que o país está intensificando os esforços de quarentena para detectar estrangeiros e turistas que possam ser portadores do vírus, mas não confirmou a proibição de entrada de visitantes.
"Os viajantes e os materiais estão sendo submetidos a controles mais minuciosos e quarentena em aeroportos, portos comerciais e estações ferroviárias na fronteira", disse um artigo da agência de notícias estatal KCNA.
Outros agentes de viagens especializados em excursões para a Coreia do Norte confirmaram a notícia da proibição de entrada de turistas, que, segundo eles, foi dada por intermédio de canais oficiais em Pyongyang e Pequim.
Números da epidemia
O ebola já matou 4.877 pessoas, de um total de 9.936 infectadas, de acordo com o balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (22). Os números referem-se aos casos registrados até o dia 19 de outubro.
As ocorrências foram na Guiné, Libéria, Serra Leoa, Espanha, Estados Unidos, Senegal e Nigéria. Estes dois últimos países foram declarados livres da doença em 17 e 19 de outubro, respectivamente.
Na Guiné, Libéria e Serra Leoa, a transmissão continua intensa, de acordo com a OMS, principalmente nas capitais dos três países. A organização acredita que o número de casos ainda é subestimado, sobretudo na capital da Libéria, Monróvia. Nos Estados Unidos e na Espanha, onde houve trasmissões localizadas, autoridades continuam monitorando pessoas que possivelmente tiveram contato com os pacientes.
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