Jaqueline tem no currículo dois títulos olímpicos, três medalhas em Campeonatos Mundiais e cinco conquistas de Grand Prix. Mas, por incrível que pareça, está à procura de um clube para jogar. Ex-Osasco, a oposta está sem time desde quando engravidou, no início do ano passado. Por conta do ranking de jogadoras, segundo o qual uma mesma equipe da Superliga só pode ter duas atletas de nível máximo, Jaque não tem onde atuar.
– Por conta do ranking da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), quem pode me pagar não pode me contratar porque já tem muitas jogadoras de seleção. Ninguém está me ajudando nisso – desabafou a atleta após desembarcar com o bronze do Mundial na bagagem, na manhã desta terça-feira.
Após a vitória sobre a Itália na disputa do bronze, a jogadora lamentou que aquela partida seria sua última na temporada. No aeroporto de Cumbica, voltou a reclamar:
– Não quero mais falar disso, cansei de ficar o tempo inteiro falando a mesma coisa. Se não tiver onde jogar, vou cuidar do meu filho, da minha família. Não quero ficar me remoendo, tenho que levantar a cabeça. Daqui para frente é só alegria, se não jogar, aproveito o que eu tenho, que é uma família maravilhosa, e torço pelas meninas. A vida segue – disse a atleta.
Casada com o jogador da seleção Murilo, Jaqueline passou a temporada de 2013 afastada das quadras por conta da gravidez. Mesmo sem clube, a atleta foi chamada pelo técnico José Roberto Guimarães para integrar a seleção. O treinador acredita que Jaque vai encontrar um time ainda para esse ano:
– Eu acredito que alguns clubes estejam se mexendo para levar a Jaqueline, acho que essa semana ou a próxima, ela decida a vida dela. Eu tenho uma esperança muito grande que isso ocorra. A gente precisa disso, porque ela é muito importante para a seleção. Se não der certo, eu me comprometo a ajudar de alguma maneira – disse o treinador.
Globo Esporte
